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segunda-feira, 30 de março de 2009

Um País chamado consumo

Os Estados Unidos têm suas peculiaridades econômicas, quase todas baseadas no consumo, segmento que representa 67% do Produto Interno Bruto (PIB), daquele País. As críticas do mundo inteiro contra o protecionismo, inclusive contra a França, que ajuda suas montadoras com bilhões de euros, têm razão de ser. Se o mundo continuar se fechando comercialmente, o distanciamento entre ricos e pobres vai se aprofundar. Os americanos precisarão de matéria-prima e não de produtos acabados mas, em contra partida, só querem vender produtos industrializados. Como uma nação democrática, o governo seria pressionado a aumentar a oferta de produtos, se o consumo voltar a se aquecer em 2010.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Coca-Cola cria lata em homenagem ao Rio de Janeiro


Depois de Skol e Antarctica, agora é a vez da Coca-Cola homenagear os cariocas com uma lata exclusiva. Com um rótulo diferente do tradicional, a Rio de Janeiro Refrescos - fabricante dos produtos da Coca-Cola – oferece a nova embalagem do refrigerante somente em supermercados cariocas.
O rótulo especial de Coca-Cola foi inspirado no sol e trata-se de uma homenagem à cidade do Rio de Janeiro. As latas sleek contêm 270 ml e foram produzidas pela Rexam.

Claro lança o torpedo a cobrar

A Claro lançou uma inovação que me deixou surpreso: o SMS a cobrar. O serviço funciona apenas entre celulares da própria operadora.
Parece uma opção interessante para quem anda com celulares "pai-de-santo" (aqueles eternamente sem crédito, que só recebem ligações) ou quando os créditos se esgotaram.
Para enviar o SMS a cobrar, é preciso colocar 9090 como o número do destinatário e, no campo do texto da mensagem, o número do telefone e o DDD.
O sistema parecido é com o das ligações. Quem recebe a mensagem tem a opção de aceitar ou recusar o torpedo. Se o destinatário optar por não pagar os 30 centavos, quem enviou a mensagem recebe um aviso.
A mágoa pela recusa, naturalmente, cai na conta de quem mandou o SMS a cobrar.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Avanço na propaganda

A Faz Propaganda é a primeira agência do RN a publicar um anúncio usando QR Code. A ferramenta é uma código de barras bi-dimensional lido por celulares com câmera e acesso à internet para levar o consumidor direto ao site do anunciante, sem precisar digitar os complicados endereços da web. O QR Code está sendo usado numa campanha sobre a programação local da TV Tropical.

Midway abre 450 novas vagas de emprego‏

Cerca de 450 novos funcionários serão contratados até o dia 15 de abrilpelas lojas que serão abertas no terceiro piso do Midway Mall no próximomês. O período de contratações já está aberto e os interessados podemlevar seus currículos até a Associação de Lojistas do Midway (Alomid),que fica no piso G6. O maior empreendimento comercial do estado devecontratar, no total, 1.500 novos funcionários para o terceiro pavimento,considerado por muitos especialistas de mercado ??um novo shopping??. A previsão de gerar 450 novos empregos é do presidente da associação,Edmilson Teixeira, que não considera as lojas-âncoras Renner e Riachuelonem a de eletrodomésticos Rabelo em seus cálculos. Por falar nela, só agigante Renner abriu, no início deste mês, processo seletivo para acontratação de mais de 70 pessoas para os cargos de assistente devendas, operador de caixa, assistente de crédito e cobrança, fiscal deloja, tesoureiro, costureira, auxiliar de expedição e armazenagem eassistente de produtos financeiros. A estimativa de Teixeira leva em conta apenas as lojas que irão abrir nodia 27, já que, segundo ele, o espaço gourmet (que inclui seisrestaurantes) e alguns outros estabelecimentos serão inaugurados depois.??As contratações já começaram e esclarecemos que não há nenhuma empresacredenciada a reunir currículos para o Midway. A associaçãodisponibiliza espaço para treinamento e temos uma pessoa pararecepcionar todos que vêm entregar currículos??, alerta o empresário. Na loja Dona Casa, o quadro será ampliado em cerca de 50%. Atualmente há15 funcionários trabalhando no estabelecimento e serão contratados maisde cinco novos. A saída do piso térreo para o terceiro pavimentoimplicará, também, na mudança de tamanho de loja: ela sairá de 108metros quadrados para 216 metros quadrados. A estimativa de Teixeira éque as contratações se acelerem mais a partir de agora, já que muitoslojistas que ainda estavam indecisos acabaram de fechar as negociaçõescom o shopping. O diretor da Miranda, Afrânio Miranda, diz que a nova loja da redecontrará entre 30 e 32 funcionários, dos quais 25, que vão ocupar asfunções de vendedor e caixa, já estão em treinamento. Ainda há seisvagas no setor de almoxarifado e aqueles interessados devem entregarcurrículo no setor de Recursos Humanos de qualquer unidade da Mirandaaté o próximo dia 02 de abril. ??É preciso ter segundo grau completo epelo menos seis meses de experiência em alguma atividade dealmoxarifado??, especifica o diretor. Depois de inaugurada a loja, a intenção do empresário é remanejar osfuncionários mais experientes para a nova unidade, enquanto os maisnovos deverão ir para as lojas mais antigas. Hoje a Miranda emprega emtorno de 300 pessoas e tem a expectativa de incrementar o faturamento ematé 15% com a inauguração da operação no Midway. Ampliações A Siciliano, que sairá de uma loja no térreo de 300 metros quadrados eestará no terceiro pavimento com uma área de 500 metros quadrados, aindanão tem previsão de quando abrirá o período de contratações. Segundoinformações de funcionários, se novas pessoas forem chamadas paratrabalhar na loja, deve acontecer cerca de dez dias antes dainauguração. Sabe-se, entretanto, que haverá um maior número de seções eo acervo de livros será ampliado, além do café, mas não há data nemnúmeros definidos no que se refere às contratações. O Midway Mall emprega hoje na faixa de 4.500 funcionários no shopping,onde estão inclusos os mil do call center da Riachuelo, que funciona emum dos pisos do estabelecimento. Com a inauguração e funcionamento doterceiro piso, o shopping empregará um total de seis mil pessoas.



quinta-feira, 19 de março de 2009

Venda experiências em vez de produtos

Por Jorge Nahas*
O sistema econômico ao longo do tempo se adapta e se transforma em novos e melhores ciclos, destruindo o modelo velho e criando um novo, promovendo longos períodos de prosperidade, recompensas para novos produtos, novos métodos produtivos ou novos sistemas organizacionais. A dinâmica capitalista promove um permanente estado de inovação, mudança, substituição de produtos e criação de novos hábitos de consumo.
Em 1942, Joseph Schumpeter observou que era da natureza do capitalismo fazer progresso por meio de "destruição criativa". Ocorreu muita destruição no setor financeiro ao longo do último ano: dos preços dos ativos, de bancos e da confiança. Ainda não é amplamente reconhecido que isto faz parte de um processo criativo, mas há um bom motivo para pensar que é. Os preços dos ativos estavam sobrevalorizados, os bancos mal administrados e a confiança eram, na verdade, complacência disfarçada. O momento era propício para uma mutação Schumpeteriana.
Neste sentido, ínsito em afirmar que estamos iniciando um novo e melhor ciclo econômico, com novos valores, culturas e objetivos, onde as marcas e empresas irão ter vida, os clientes e consumidores serão fans da marca, os produtos são customizados em massa, as pessoas serão inspiradas, motivadas e reconhecidas e conseqüentemente terão uma vida mais emocionante, saudável e feliz.
De acordo com nossa ampla pesquisa, onde elaboramos junto à professores, economistas, historiadores, empresários e psicólogos concluímos que o ser humano mais aspira é tornar-se humano e assim origina-se a Economia de experiências.
Sejam Bem Vindos a Economia de Experiências Após sucessivos ciclos econômicos associados à geração de valor agregado a produtos e serviços, o mercado global inicia uma nova era onde a educação, entretenimento, estética e a interação se fundem para formar novos elementos de competitividade através da geração de valor gerado pelo Marketing de Experiências. Esta cultura vem assumindo um papel relevante em diversos países, como os Estados Unidos, Inglaterra e demais países da Europa. E não é diferente no Brasil. As experiências são marcantes e trazem uma lembrança mais duradoura de sua empresa ou de sua marca!
O Experience Marketing visa a surpresa. E, para surpreender, busca alcançar primeiramente os sentidos, via conexão emocional. Ele permite ao cliente vivenciar a sensação que o produto pode provocar. Ver, tocar e ouvir são sensações que dão sentido para tudo na vida, todos querem sair do comum, querem se emocionar. O cliente quer ser surpreendido, seduzido e apostar em aventuras da realidade, quer viver experiências conjuntas que aprofundam vínculos e atualizam conteúdos de vida. O sentido de exclusividade é um dos princípios básicos das ações do Marketing de Experiências. Quer que seu cliente se sinta realmente especial, tratado com exclusividade?
Preparar uma aventura da realidade é garantir espaço definitivo no coração do seu público, o comum ou previsível não encanta mais ninguém. Oferecer experiências inéditas, realizadas sob medida, com o patrocínio da sua empresa ou marca se tornará inesquecível.
A história econômica pode ser dividida em quatro grandes estádios de desenvolvimento: o agrário, o industrial, o de serviços e o de experiências. Para ilustrar esta evolução, veja o exemplo de um simples bolo de aniversário que esta sendo bem usado por grandes autores para esta metáfora.
Na economia agrária eram as mães que faziam os bolos, misturando várias matérias-primas, farinha, açúcar, manteiga e o que quer que fosse a mais, pelas quais pagavam uma pequena quantia, provavelmente menos de 10 reais. Mas, os tempos mudaram e as mães, absorvidas pela economia industrial e atarefadas, passaram a comprar nos supermercados e mercearias as embalagens de ingredientes pré-misturados que somados podem alcançar perto de 20 reais. E tudo estava ficando mais fácil. Ainda assim, era necessário tempo.
O tempo mudou, a economia passou a absorver a pessoa ainda mais e surgiram os serviços. Entramos na economia de serviços, na qual os atarefados pais preferem comprar os bolos de aniversário nas confeitarias, pagando um preço muito superior. O cenário evoluiu, o tempo é escasso e hoje se contrata empresas para organizar as festas, os famosos Buffet. Por falar nisso, ainda hoje, eu mesmo participei de uma festa de aniversário organizada por uma destas empresas de "festa de aniversário." O ambiente maravilhoso, tudo devidamente decorado, ótimo atendimento, alta gastronomia, um espetáculo. O bolo de aniversário acabou sendo oferecido gratuitamente. Bem-vindos à economia das experiências!
Aí está a palavra mágica: um Espetáculo!!! Acabamos de identificar que existe a Economia das Experiências! É uma economia na qual o que conta é a emoção, exclusividade, despertar os sentimentos, ser surpreendido a cada momento. Esta é a proposta, o show!!! E isso, por mais fácil que seja sentir, explicar é difícil. Por exemplo. Na festa que eu participei a maioria dos presentes era de executivos de Marketing. Aproveitei os minutos em que fiquei na festa para conversar com alguns amigos e sutilmente procurei estimulá-los a responderem sobre o tema. O que pude observar é que a maioria dizia que a venda de experiências é uma parte integrante de um serviço. Cumpre-me discordar!!! Não o é. As experiências são claramente um novo meio de oferta de valor.
Uma das grandes diferenças é que, enquanto as outras ofertas econômicas tais como as matérias-primas os produtos e serviços são exteriores ao consumidor, as experiências são personalizadas feitas sob medida. Neste caso, duas pessoas podem ser alvo da mesma experiência, mas interagir com ela de modo diverso ao nível emocional, psicológico, intelectual ou até espiritual. É tal como numa peça de teatro ou diante de um concerto. Nem todos reagem da mesma maneira à mensagem da peça ou ao desempenho dos atores e ao som da música. E mais, a mesma pessoa pode ter uma reação diferente ao mesmo evento, consoante o seu estado psicológico no momento. Portanto, empresários, gestores, professores e todos os seres humanos, preparemo-nos para sermos criativos e inovadores.
É fato que ainda é o "setor" de entretenimento um dos negócios em que esta tendência é mais visível sendo a Walt Disney uma grande pioneira, que oferece claramente um universo de magias e sonhos para todas as idades. Mas já vejo o dia em que esta tendência vai se estender a todos os segmentos. Do encanador ao doutor. Em termos de segmento socioprodutivo, sinto que o mercado corporativo começa a ingressar na economia de experiências, seja oferecendo momentos memoráveis a clientes (fidelização), funcionários (incentivo) e quem sabe a toda cadeia produtivas do negócio. Independente de qual seja o segmento que vai chegar mais perto de adotar a tendência, a certeza é que será por conta da Economia de Experiência que uma empresa alcançará mais sucesso do que outras. As empresas de sucesso no futuro venderão espetáculos.
Volto a insistir que a venda de uma experiência não se limita aos teatros e parques de diversão e as festas!!! Em tudo podemos colocar experiências e espetáculos. Uma reunião com clientes, ou treinar uma equipe de vendas, por exemplo, em um ambiente totalmente saudável, construtivo e multisensorial. Jogar golf, degustar uma safra nobre de champanhe, voar de balão, quer lugar melhor? Um restaurante, uma loja de automóvel, uma locadora de DVD, tudo cabe um espetáculo.
Acredito que as pessoas que dominam os conhecimentos sobre as novas tecnologias, devem pensar nos meios para criar uma vasta gama de experiências, como os jogos interativos, simuladores ou a realidade virtual. Vale lembrar o que disse Andy Grove na última edição da Comdex, o maior evento da indústria informática. “O nosso negócio já não é o de criar e vender computadores. É o de fornecer informações e experiências interativas.”
Também é bom conhecer o que estão fazendo os restaurantes no mundo. Recebo notícia de que O Hard Rock Café, o Planet Hollywood ou o House of Blues são bons exemplos de refeições com entretenimento incluído. E as lojas da Niketown, da Cabella’s e da Recreation Equipment Incorporated são excelentes exemplos de meios de comprar com entretenimento. O Visionary Reality Center, da Silicon Graphics, um ponto de encontro entre os engenheiros e os clientes, onde se apresentam e testam as mais recentes inovações da empresa. O grupo de teatro One World Music está a beneficiar desta tendência. As empresas contratam para animarem sessões de capacitação ou para serem os facilitadores de reuniões de brainstorming.
Esta cada vez mais claro: a cada dia as empresas irão transferir o "teatro de operações " da competição, dos custos, da gestão,relacionamento,incentivo e da disciplina para a oferta de experiências agradáveis. Sabemos que muitas empresas souberam evoluir com sucesso da economia industrial para a de serviços. A IBM tem a sua divisão de serviços que cresce duas vezes mais depressa do que a de venda de computadores. O mesmo sucede com a GE Capital, a divisão mais lucrativa do grupo General Electric, ou com as empresas financeiras dos grandes fabricantes de automóveis norte-americanos. Mas, sem dúvida a transição da economia de serviços para a de experiências é mais problemática. São várias as dúvidas. Uma das interrogações pertinentes é se as empresas deveriam, ou não, cobrar uma quantia pela admissão aos eventos que proporcionam.
Acredito que cobrar para participar de uma experiência não significa que as empresas deixem de vender produtos e serviços, muito pelo contrário. Cria valor e gera maior impacto. Nos parques temáticos da Disney as receitas dos parques de estacionamento, dos restaurantes e das lojas de recordações são superiores às dos bilhetes. Outro exemplo são as feiras, festivais e exposições em que o visitante paga a entrada.
Isso tudo é transformador. Transformam as relações humanas, sociais e econômicas mexe com as estruturas e paradigmas. Também é fato que para "dar vida" a esse sonho é preciso abusar das ferramentas de gestão. Sem falar que é necessário a consciência de que cada um dos envolvidos é um ator. Portanto, podemos dizer que criar uma experiência memorável é um esforço que tem tanto de arte como de gestão. Mas, se ajudar, já temos até alguns princípios-chave. Associe as experiências a um tema. Quando decide ir jantar ao Hard Rock Café, ao Planet Hollywood ou ao Rainforest Café, você sabe exatamente o que o espera no interior do restaurante. Eles sabem definir um tema claro e coerente. Ainda mais brilhante é o exemplo do famoso Ceasar Palace, de Las Vegas. A forma como explora o tema do Império Romano é simplesmente brilhante. Desde a arquitetura exterior — o chão em mármore, as estátuas, os pilares e os jardins, até à porta de entrada, guardada por centuriões que saúdam o visitante com um sonoro Hail, Cesa, e culminando no interior a tapeçaria luxuosa, a decoração dos tetos, das salas de jogo, dos restaurantes e das lojas. É um espetáculo que deixa uma impressão positiva.
Tente deixar uma impressão positiva. O tema é o alicerce de uma experiência. A impressão positiva é o resultado desejado. Para atingir cada funcionário terá de ir deixando pistas positivas junto do cliente. Enquanto nos restaurantes tradicionais os empregados se limitam a anunciar “a mesa está pronta”, no Rainforest Café um som sonoro anuncia “Sejam bem vindos - A sua aventura está prestes a começar”. É um bom exemplo de como cada trabalhador é um ator que prepara o palco para uma experiência inesquecível.
Elimine as mensagens indesejáveis. Cada trabalhador deve igualmente ser capaz de eliminar as pistas negativas. Para dar asas a criatividade as mensagens indesejáveis devem ser abolidas. Jamais se deve permitir que qualquer evento ou experiência contrarie o visitante. Eis um exemplo daquilo que não deve acontecer. Na porta de uma casa de espetáculos famosa em São Paulo, lê-se escrito em um cartaz de péssimo visual: “Não recebemos cartão de crédito”. Não satisfeitos, os gestores escreveram em outro cartaz, igualmente mau feito: “Não recebemos cheques de outra praça”. Mensagens como estas que descrevi avivam recordações negativas.
Tire partido das recordações. Todos gostam de produtos que recordem momentos agradáveis. Os turistas compram postais de viagem, os golfistas ostentam chapéus do seu campo de golfe favorito e os adolescentes pagam uma fortuna por uma T-shirt alusiva a um concerto rock. Por que é que as empresas de serviços não aproveitam o promissor mercado do merchandising de recordações? A razão é simples: as experiências e os eventos que oferecem não são, em regra, suficientemente fortes para que os clientes os desejem recordar.
Estimule os cinco sentidos do cliente. Os estímulos sensoriais associados a cada experiência devem suportar e reforçar o tema escolhido. Quanto mais sentidos forem despertados, mais eficaz e memoriável será a experiência. Os engraxadores sabem que, quanto mais intenso for o cheiro da graxa e mais ruidosos forem os seus movimentos, maior será a convicção de que os sapatos estão polidos.
A aplicação destes cinco princípios não é uma garantia imediata de sucesso. Tal como um bom argumento ou bons atores não implicam necessariamente no êxito de uma peça de teatro. Algumas das empresas que referimos as pioneiras da economia de experiências estão passando por um momento delicado. À medida que a economia de experiências evolui, é natural que se vá assistindo à queda de conceitos antigos e à ascensão de novos competidores. O conceito de “destruição criativa”, de Schumpeter, será mais pertinente do que nunca. As empresas limitadas à economia dos bens e serviços correrão o risco de irrelevância. Enquanto as pioneiras e as mais inovadoras da economia de experiências prosperarão. E a sua empresa? Vende produtos e serviços ou eventos e experiências?
* Jorge Nahas é economista e diretor de Experiências do Grupo O Melhor Da Vida.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Crise é oportunidade para intercâmbio


Por Natalia Cuminale
Crise mundial, dólar instável, desemprego em alta, crédito em baixa e o principal: insegurança sobre o que irá acontecer com a economia no futuro próximo. Esses podem ser motivos mais do que suficientes para muita gente adiar, reprogramar ou até mesmo cancelar uma viagem para o exterior a fim de realizar intercâmbio estudantil ou profissional. Porém, antes de tomar qualquer decisão a respeito, é importante ponderar sobre os reais objetivos da viagem, segundo explicam especialistas ouvidos por VEJA.com. Ricardo Rocha, professor de finanças pessoais do Ibemec São Paulo, é categórico: para manter os planos em momentos de incerteza, o projeto educacional deve ser "maior do que a crise". "Se a pessoa se planejou, tem os recursos necessários para fazer a viagem, então vá. A crise não deve cancelar esses investimentos", aconselha. Ele lembra que a experiência no exterior pode aumentar as chances de trabalho na volta.
Rocha explica que é importante ter disciplina, fazer sacrifícios e priorizar certos gastos para alcançar o objetivo. "Se sobrou dinheiro, compre dólares e guarde. É muito difícil fazer uma projeção de quanto estará a cotação da moeda no futuro, e a chance de errar é grande", diz. Para os mais disciplinados, o professor indica a abertura de um fundo cambial, sem o objetivo de especular e obter lucros, mas, sim, com a finalidade de proteção contra as oscilações do câmbio.
Até logo, Sydney - A turbulência econômica já provoca uma queda significativa na procura por intercâmbio, trabalhos em outras nações e até mesmo viagens para diversão. Segundo a Associação Brasileira de Agências de Viagem (Abav), de novembro até janeiro, a procura por viagens internacionais registrou queda entre 25 e 30%. "O turismo é sempre o primeiro a sofrer impacto de uma crise, mas também é o primeiro a sair. Viajar é uma necessidade 'psico-social'", aposta Leonel Rossi Jr., diretor de Assuntos Internacionais da Abav. "O setor registra queda porque as pessoas estão esperando um pouco para ver o que pode acontecer na economia", afirma Roberto Caldeira, diretor comercial da agência Experimento.
Edmilson Ferreira de Lima, de 21 anos, estudante de administração, é um dos que foram atingidos pelo receio sobre o futuro. Ele planeja aperfeiçoar o inglês e trabalhar em Sydney, na Austrália, mas já deixou a empolgação de lado e redobrou a cautela na programação do intercâmbio. "Estou fechando o meu orçamento, quero dar uma entrada um pouco maior para não ficar apertado pagando as parcelas por muito tempo. Fora isso, fico com o pé atrás de ir para lá e não conseguir um emprego", diz.
"25% off" - A crise traz incertezas, mas, como sempre, há o verso da moeda. Com o desaquecimento do mercado, as empresas de intercâmbio ampliam suas promoções. "Lançamos alguns pacotes para destinos alternativos, promoções na inscrição e taxa do dólar 'congelada', a 1,95 real", explica Caldeira, da Experimento. Um curso de quatro semanas de italiano em Florença, berço do Renascimento, sai agora 25% mais barato; inglês nos Estados Unidos, 20%; na Irlanda, 10%; na Inglaterra, 15%.
Já a True Experience aposta no ensino da língua inglesa na Cidade do Cabo, na África do Sul. O programa de quatro semanas lá caiu de 2.090 dólares para 1.699 dólares. O parcelamento do pagamento voltou a ser prática adotada por algumas centrais de intercâmbio. O curso de espanhol de quatro semanas oferecido pela Student Travel Bureau (STB) pode ser dividido em até 10 vezes.
Rotas alternativas - Quem está mesmo disposto a estudar fora, tem ainda outra alternativa à crise: países como Austrália, Nova Zelândia, África do Sul e Canadá. Enquanto a recente alta do dólar americano encareceu taxas, as moedas australiana e neozelandesa se mantiveram praticamente estáveis, segundo explica Caldeira, da Experimento. No fim de 2008, o dólar canadense também subiu, mas pouco, se comparado ao valor adquirido pela moeda americana.
Para aqueles que resistem em abrir mão de destinos mais tradicionais, como os Estados Unidos ou a União Europeia, ainda restam opções. De acordo com Victor Hugo Baseggio, sócio-fundador da Central de Intercâmbio (CI), estudantes que antes reservavam um mês só para passear pelos países visitados já reduziram o tempo de lazer para duas semanas. Outra opção é procurar hospedagem mais barata. "O estudante não compra mais o passe de trem, por exemplo, que era um custo adicional. E faz ajuste até na carga horária do curso", explica Baseggio. Outro exemplo: quem pretendia fazer o High School por um ano em uma escola privada na Austrália, pode mudar os planos e estudar por seis meses no Canadá. Nesse caso, o custo pode cair até 40%.

China rejeita oferta de US$2,4 bi da Coca pela Huiyuan Juice


Por Michael Wei e Tony Munroe
PEQUIM/HONG KONG (Reuters) - A China rejeitou a proposta da Coca-Cola para aquisição da fabricante de sucos Huiyuan Juice por 2,4 bilhões de dólares, afirmando que a transação seria ruim para competitividade.
A aquisição pela Coca-Cola seria a maior compra de uma companhia chinesa por uma concorrente estrangeira, e a rejeição deverá ser considerada como outro sinal de protecionismo em meio à recessão global.
Observadores disseram que a decisão da China pode afetar os dois lados, já que companhias chinesas que têm feito aquisições de alto nível no exterior podem enfrentar problemas.
O Conselho de Revisão de Investimento Estrangeiro da Austrália está avaliando três grandes investimentos em seu setor de mineração propostos por companhias estatais chinesas.
Em particular, a oposição política à aliança de 19,5 bilhões de dólares da Rio Tinto com a estatal chinesa Chinalco tem se intensificado, e nesta quarta-feira o Senado australiano disse que abrirá seu próprio inquérito sobre o investimento estrangeiro.
"Isso indica que aquisições estrangeiras de companhias chinesas, particularmente aquelas com marcas proeminentes, não serão acatadas pelo Ministério do Comércio", disse Lester Ross, sócio administrativo da WilmerHale, em Pequim.
"E isso, reciprocamente, indica que as companhias chinesas em busca de aquisições estrangeiras podem encontrar uma reação adversa nesses mercados, se as companhias estrangeiras forem essencialmente retiradas do mercado chinês em termos de expansão por meio de aquisições", disse ele.
Ross acrescentou que é muito improvável que o ministério chinês tenha tomado a decisão sem alta clareza política e, se este for o caso, "é completamente natural prever que outros países vão considerar as aquisições por companhias chinesas de forma muito semelhante".
COMPETIÇÃO
O Ministério de Comércio da China afirmou em um comunicado que a compra pela Coca-Cola seria ruim para a competição e que as alterações na operação propostas pela norte-americana foram insuficientes para tranquilizar as preocupações. Com isso, o ministério rejeitou a operação sob a lei de defesa da concorrência decretada no ano passado.
"Se a Coca adquirisse a Huiyuan, ela dominaria o mercado de refrigerantes da China, o que afeta não apenas os consumidores, mas também outros setores participantes", explicou Selina Sia, analista da JP Morgan.
A Huiyuan controla mais de um décimo do mercado chinês de sucos, que cresceu 15 por cento no ano passado, para 2 bilhões de dólares. Já a Coca-Cola detêm uma fatia de 9,7 por cento do mercado e domina o segmento de sucos diluídos.
O presidente-executivo da Coca-Cola, Muhtar Kent, afirmou que a empresa não prosseguirá com a aquisição planejada e que está "decepcionada, mas que respeitará a decisão do ministério".
Jeffery Lau, analista da Polaris Capital em Hong Kong, disse que a decisão confirma que a China permanece relutante em autorizar a aquisição de uma marca nacional.
"Mas isso não é exatamente uma enorme surpresa. O protecionismo tem aumentado em todo lugar neste ano", afirmou ele.
A China é o quarto maior mercado da Coca-Cola e um importante campo de batalha da empresa contra a rival Pepsico.

sábado, 14 de março de 2009

HSBC fechará 17 agências em SP nos próximos 30 dias

O banco HSBC informou hoje, por meio de sua assessoria de imprensa, que irá fechar 17 agências bancárias no Estado de São Paulo nos próximos 30 dias. Segundo nota divulgada nesta sexta-feira, a maior parte dos profissionais desses pontos de atendimento será realocada em outras agências. Os clientes serão avisados sobre a mudança e redirecionados para agências próximas.

terça-feira, 10 de março de 2009


Para alcançar qualquer objetivo, sempre há um risco envolvido. Muitas pessoas dizem: “não vou correr risco nenhum; não quero ter problemas!”…
O que elas não imaginam é que: é justamente no meio do problema que se encontram os melhores frutos… Há uma lei funcionando neste planeta que assegura que as recompensas vêm depois do risco, e não o contrário.
A maioria de nós começa a vida com uma atitude saudável em relação ao risco. Quando somos crianças, mal podemos esperar para tentar novas aventuras… Uma criança saudável e feliz, assim como um adulto saudável e feliz, adora se testar e aceitar desafios. Quando damos aqueles primeiros passos incertos, ao começarmos a dominar a arte de andar, estamos correndo riscos. E adoramos isso!
Mas, de alguma maneira, entre a idade de 2 e 22 anos, muitas pessoas passam por uma dramática mudança de atitude. Ficam preocupadas em se manterem sempre sãs e salvas; então, passam as noites grudadas na frente da televisão, fascinadas com as ousadas aventuras dos super-heróis de celulóide. Ou então, “engolem” grandes doses de novelas e seriados, enquanto suas próprias vidas degeneram para um interminável seguimento de um ano insuportável após o outro.
O tempero da vida está justamente em fazer coisas novas, em moldar algo com nossa própria substância. A busca pela segurança mina nossa força vital… Ser diferente é arriscado, mas também significa poder ser você mesmo…
Na verdade, o universo está continuamente nos encorajando a nos testarmos, a superarmos os desafios e a sermos extraordinários. Para ganhar, devemos arriscar. Para aprender a andar, devemos nos arriscar a cair e nos machucar. Para ganhar um real, devemos nos arriscar a perdê-lo, e as pessoas que ganham o máximo arriscam o máximo. Os vencedores correm mais riscos do que os perdedores. Por isso é que eles ganham tanto…
Em poucas palavras: nós temos uma escolha. A escolha entre viver de verdade ou apenas existir. Arranjar um novo emprego é um risco. Atravessar uma rua é um risco. Começar um negócio, um relacionamento ou uma família é um risco… A vida é um risco. Então, vamos caminhar um pouco por esse pomar e colher algumas frutas!
(texto de Andrew Matthews no livro “Seja Feliz”)

Merck e Schering-Plough anunciam fusão bilionária no setor farmacêutico

Diário do Grande ABC
Da AFP
Os grupos farmacêuticos americanos Merck e Schering-Plough anunciaram nesta segunda-feira a conclusão de um acordo para uma fusão, em uma transação que envolve troca de ações e pagamento em dinheiro, por um total de US$ 41,1 bilhões.
A nova empresa terá o nome de Merck ao fim da transação, que foi aprovada por unanimidade pelos conselhos de administração das duas gigantes, segundo um comunicado conjunto.
O acordo determina que os acionistas da Schering-Plough receberão US$ 0,5767 por ação e US$ 10,50 em pagamento por cada ação da Schering-Plough. Cada ação da Merck se transformará automaticamente em uma ação da empresa combinada, da qual os atuais acionistas da Merck terão 68% e os da Schering-Plough 32%.
Após a fusão das duas gigantes, cujo faturamento combinado chegou a US$ 47 bilhões em 2008, a Merck espera economizar custos da ordem aproximada de US$ 3,5 bilhões anuais, a partir de 2011.
"Estamos dando nascimento a um sólido líder mundial no setor do atendimento da saúde, destinado a ter êxito e a gerar um crescimento duradouro", afirmou o presidente da Merck, Richard Clark, que será o presidente da nova gigante.
"A entidade fruto da fusão será beneficiada por formidáveis perspectivas de pesquisa e desenvolvimento, de uma gama de medicamentos consideravelmente ampliada e de uma presença maior nos mercados internacionais chave, particularmente nos mercados emergentes com forte crescimento", acrescentou.
Merck e Schering-Plough, qualificadas de "complementares" em um comunicado conjunto, já haviam se associado em duas empresas: uma especializada nos tratamentos contra o colesterol que tem como medicamento estrela era o Vyotrine; a outra centrada nos tratamentos respiratórios que foi dissolvida em junho do ano passado.
O acordo foi concluído no momento em que os grupos farmacêuticos enfrentam uma queda nas vendas, a concorrência dos genéricos e a expiração das patentes de vários fármacos lucrativos.
No fim de janeiro, a também americana Pfizer, maior grupo farmacêutico mundial, anunciou a compra da concorrente Wyeth, o que gerou um colosso com um volume de vendas combinado de US$ 75 bilhões.

sábado, 7 de março de 2009

Você está gerenciando mediocridade ou inspirando alta performance?

Harry J. Friedman
Quem sabe como alguém se torna um gerente de loja hoje em dia? Algumas empresas põem fé no tão bem conhecido caminho de subgerente à gerente. Outras usam um programa mais formal de “Gerentes em Treinamento”. E para muitos, o título de gerente de loja tende a sobrar para “o último cara ou garota que restou”, ou ainda um vendedor que demonstrou talento suficiente no salão de vendas. Parece familiar? Deveria.
Mesmo com sistemas formais adequados, o treinamento que ocorre geralmente está concentrado em grande parte em tarefas operacionais básicas, como depósitos bancários, procedimentos de segurança, planejamento, procedimentos para abertura e fechamento e, talvez, com sorte, algumas dicas para entrevistas. Certamente, assim é possível manter as portas abertas e a loja funcionando! Mas não está faltando algo – algo decisivo para o crescimento e o sucesso a longo prazo de qualquer empresa de varejo?
Quando eu trabalho com clientes na consultoria, gosto de fazer algumas perguntas aos gerentes das lojas para ter uma compreensão clara de suas aspirações e atitudes, bem como de suas habilidades. Dentre as minhas favoritas estão: “Quem é você? Porque eu deveria seguir você? Para onde estaria me levando?” Sabe as respostas que recebo com frequência? Nenhuma. A maior parte dos gerentes não pensa sobre isso. Eles simplesmente fazem o trabalho deles. Liderança, na maioria das vezes, não está na agenda deles.
O problema parecer ser este: vendedores não esperam ser liderados e gerentes não esperam liderar. Sempre que você encontrar excelência – e excelentes gerentes existem – você encontrará alguém que está assumindo de fato o comando, alguém que entende que incentivar sua equipe a buscar a excelência é uma responsabilidade tão essencial quanto os depósitos bancários.
Ao longo dos anos, eu ouço dos varejistas ao redor do mundo o que diz respeito às melhores práticas para os gerentes de loja. Elas incluem encorajar o espírito empreendedor, dar poderes aos gerentes e uma centena de outras abordagens positivas e bem-intencionadas. Um varejista fornece aos seus gerentes um balanço com os resultados da empresa para torná-los mais responsáveis pelas despesas. Outro orienta seus gerentes a serem mais proativos na geração de novos negócios, ao invés de ficarem esperando passivamente pelos clientes, que é a tática conveniente à maioria das lojas de varejo. Mas, afinal, os gerentes realmente lideram alguém?
Infelizmente, muitos vendedores não são incentivados a ter orgulho do seu trabalho e são totalmente indiferentes à percepção do cliente em relação à loja e ao atendimento. Nas lojas de varejo de hoje em dia, um alto percentual de vendedores está mais preocupado com as suas próprias vidas e seus problemas pessoais, em vez de com a “experiência de compra” do cliente. Eles tendem a fazer o seu trabalho simplesmente por fazer. Como a água serpenteando o oceano, vendedores com baixo desempenho procuram o nível mais baixo e o caminho mais fácil para receber o pagamento, com pouco esforço ou determinação. Um panorama obscuro, eu sei. Mas existe uma solução, se você deseja jogar para ganhar.
A visão do gerente deve se transformar em convicção. E a visão não tem nada a ver com a quantidade das vendas, itens por venda ou vendas por hora. O foco deve ser exclusivamente oferecer aos clientes o mais perfeito, o mais requintado e elegante atendimento possível. Se você treinar sua equipe para executar esta estratégia com todo o cliente de forma consistente, acredite em mim, a última coisa com a qual você terá que se preocupar são os números.
Mas isso requer uma forte liderança do gerente. Porque líderes criam um ambiente onde as pessoas se preocupam com a qualidade do seu atendimento, onde possam se aconselhar sobre como melhorar as técnicas de vendas e como coreografar melhor seus movimentos individualmente ou em grupo. Líderes inspiram sua equipe a se perguntar: “Como eu poderia ter feito melhor?”
Um líder de verdade pode dar a volta por cima e encontrar uma multidão. Você tem uma multidão disposta a segui-lo?
* Harry J. Friedman é um aclamado consultor internacional especializado em vendas e gestão no Varejo. Ex-proprietário de uma bem-sucedida rede de lojas, fundador e presidente do The Friedman Group, autor e treinador de mais de 500 mil varejistas, ele criou o sistema de vendas e gerência no Varejo mais utilizado no mundo.

quarta-feira, 4 de março de 2009

O consumidor é fiel a marca ou ao ponto-de-venda?

Por Bruno Mello*
bruno@mundodomarketing.com.br
Os fabricantes de produto de consumo estão tendo cada vez mais dor de cabeça para manter seus clientes fiéis. Na Bélgica, a rede de supermercados Delhaize, uma das líderes do varejo com 775 lojas, retirou de suas prateleiras 250 produtos da Unilever em fevereiro. Enquanto as duas empresas não chegam a um acordo sobre os preços de produtos e sobre merchandising nas lojas, os consumidores estão indo atrás dos produtos em outras redes ou trocando a marca Unilever por outras concorrentes.
Um terço dos clientes da Delhaize afirmou, em uma pesquisa on-line, que vão atrás dos produtos da Unilever no Carrefour e na rede de desconto Colruyt. Um terço migrará para produtos iguais ou semelhantes de outras marcas ou comprará marcas próprias, enquanto a outra parte dos clientes da rede belga ainda não sabe que medida vai tomar para suprir suas necessidades e desejos.
Aqui no Brasil, em recente entrevista à revista Exame, o diretor executivo das Casas Bahia, Michael Klein, comentou sobre a mudança que a rede havia feito para diminuir os preços dos produtos (eliminação dos intermediários na compra), mas que não estava agradando os fornecedores: “Eles não têm como nos pressionar. Você acha que alguém vai deixar de vender para a Casas Bahia?”.
Ano passado, em entrevista ao Mundo do Marketing, o professor Francisco Gracioso, da ESPM, já havia ratificado o poder dos canais de venda. “É o varejo que tem o domínio do comprador. Costumo me perguntar muitas vezes a quem o consumidor é mais fiel: a marca Omo ou a marca do supermercado que vende o Omo. Geralmente é o supermercado”.
Afinal, o consumidor é fiel às marcas de produtos de consumo ou ao ponto-de-venda? O caso de Omo, líder de mercado, pode ser diferente, como mostra a pesquisa com os consumidores belgas. Tanto que o pesquisador do Centro de Excelência em Varejo da Fundação Getulio Vargas de São Paulo, Edgard Barki, discorda. Para ele, a fidelidade depende da categoria de produto e do envolvimento com a marca. “No caso de Omo o consumidor vai buscar em outro ponto-de-venda”, afirma em entrevista ao site. Mas nem sempre é assim.
Mudança na históriaComo só um produto pode ser líder em cada categoria, a briga pela preferência do consumidor é grande. E, nesta briga, surge um juiz implacável: o ponto-de-venda. Hoje, os supermercados podem chegar a 80% das vendas de um produto, estima o professor Ivan Pinto (foto), da ESPM. “Antigamente os produtos eram vendidos sem marca, em quantidade, nos armazéns ou empórios. O sabão era em barra. E, à medida que os grandes supermercados começaram a surgir, o poder das empresas de marcas de produtos começou a diminuir”, analisa Pinto em entrevista ao Mundo do Marketing.
O que mudou também foi o comportamento do consumidor nos últimos 30 anos, com destaque para a última década. E continuará mudando. “O consumidor está menos fiel à marca do que antes. Ele muda de uma marca para outra dentro do ponto-de-venda por uma série de razões, mas pela situação atual (crise), ele muda por preço, por exemplo”, afirma Chan Wook Min, presidente do Popai Brasil.
Se o consumidor decide que marca vai comprar na hora que ele está parado na frente da gôndola, Isadora Sbrissa de Campus (foto), Gerente de Marketing da marca Taeq, do Grupo Pão de Açúcar, tende a dizer que o consumidor é mais fiel ao canal. “E o canal empresta o seu peso a algumas marcas. Existe uma percepção no consumidor de que se um produto está numa loja do Pão de Açúcar é porque ele já passou por alguns crivos e pode confiar”, aponta em entrevista ao site. “O canal influencia a compra significativamente, mas não dá para dizer que isso não seja verdade em relação a marca porque uns dos primeiros papéis da Taeq é fidelizar o cliente ao canal”, conta Isadora.
Canal virou marcaDesde o advento das grandes redes de varejo no Brasil, o ponto-de-venda também se transformou em marca, argumenta Ivan Pinto. “Pão de Açúcar e Carrefour são marcas com todas as características usadas para diferenciar uma marca da outra. Por isso, ela tem capacidade de amarrar o consumidor pelos aspectos racionais e emocionais tanto quanto as marcas de produto”, atesta o professo da ESPM. Mas por que um cliente é mais fiel a uma rede de lojas do que uma marca? “Porque existe um relacionamento no ponto-de-venda. As pessoas preferem ir lá comprar mesmo que não tenha a sua marca preferida, mas tem produtos tão bons quanto”, responde Chan Wook Min, presidente do Popai Brasil.
É claro que um consumidor é diferente do outro e a fidelidade também pode ser alterada, mas segundo pesquisas do Popai, a decisão de compra por uma marca acontece no ponto-de-venda para a maioria deles, chegando a mais de 80%. “A prioridade é preço e facilidade e, se possível, satisfazer o desejo da marca preferida. Em médio prazo, o cliente comprará duas vezes pela facilidade e na terceira, se não houver o produto, ele vai para outro lugar”, constata Wook Min.
Por isso, a localização, o preço e o sortimento de produtos, entre outros fatores, são fundamentais para o varejo fidelizar o cliente. “Não adianta ter um ponto-de-venda que não ofereça Nestlé”, argumenta Edgard Barki, da FGV-EAESP, completando que o varejo tem possibilidade de criar uma fidelidade grande com o consumidor. “O Pão de Açúcar, por exemplo, oferece uma experiência de compra, com atendimento diferenciado que fideliza o consumidor”.
Ponto-de-venda trabalha para fidelizar clienteO varejo se mobiliza cada vez mais para fidelizar o cliente. Por isso, oferece serviços complementares que vão desde o pagamento de contas até a criação de farmácias, passando por correio, lavanderia, posto de gasolina e até consulta médica. “O consumidor acaba sendo atraído mais pelo PDV do que pela marca”, aponta o presidente do Popai Brasil.
Outro ponto de mudança nesta equação de fidelidade diz respeito à localização. O consumidor tem cada vez menos tempo para realizar suas compras, aponta Chan Wook Min (foto). “Antes se falava em share of mind, depois de share of pocket e agora estamos falando de share of time. O consumidor tem tempo cronometrado para fazer compras e, por isso, os pontos-de-venda próximos ao trabalho e da casa passaram a ter mais importância”.
Essa mudança no comportamento do consumidor mostra também uma reação racional e mais planejada do que há cinco, dez anos. Isso afeta diretamente a fidelidade à marca. O consumidor está agindo menos pelo desejo. Não é por acaso que as marcas de consumo estão criando seus próprios canais de venda. “Marcas como Luis Vuitton, Versace, Mont Blanc e até as Havaianas têm suas lojas próprias. Hoje você compra geladeira Brastemp pela internet. Isso mostra que o relacionamento do varejo com o consumidor foi reconhecido. Por outro lado, os consumidores continuam tendo relações emocionais com os produtos”, ressalta Ivan Pinto.
DesafiosPara as marcas de produtos de consumo, as opiniões dos especialistas ouvidos pelo Mundo do Marketing representam um desafio a mais para elas venderem. Se a disputa pela diferenciação, pela carteira e pelo tempo do consumidor diante de tantas opções já é grande, obrigando as empresas a investirem cada vez mais em inovação e relacionamento, a orientação para o ponto-de-venda ganha ainda mais importância.
“As grandes marcas – conhecidas e líderes – não podem deixar de comunicar bem no ponto-de-venda para não perder o cliente potencial para o concorrente. Ele tem que se preocupar com um mix de comunicação com mais foco no PDV”, garante Chan Wook Min.
O mesmo vale para o ponto-de-venda se manter na preferência do cliente. “O varejo precisa de algumas marcas de qualidade para carregar a qualidade também. Depois é preciso um bom atendimento, uma boa localização, um local agradável e facilitar o dia-a-dia do consumidor. O varejo precisa se preocupar com estacionamento, como o consumidor vai achar rapidamente o produto que deseja e como vai pagar rapidamente. Isso ajudará o cliente a ser fiel ao varejo”, conclui o presidente do Popai Brasil.
* Com reportagem de Thiago Terra.

segunda-feira, 2 de março de 2009

O Uso das Algemas e a Menos Valia da Vida do Policial Brasileiro.

A Segurança Pública brasileira está em fase de transformação, desde o advento da Constituição Federal de 1988 a sociedade brasileira tem buscado encontrar uma identidade em seus órgãos de segurança pública, a própria formação dos encarregados da aplicação da lei no País passa por um momento de busca de identidade. O chamado ciclo de polícia, que é incompleto nas polícias estaduais, currículos para a formação de policiais os mais diversos possíveis, vicissitudes, limitações de recursos de toda sorte, desde os humanos aos operacionais, logísticos, salariais, também fazem parte do trabalho policial, não só aqui no Brasil, mas em toda parte do mundo.Todavia, nunca me acostumei a pouca valia profissional e porque não dizer como ser humano, que o Estado proporciona aos homens e mulheres que fazem parte das corporações policiais. Deixo claro que me refiro ao Estado como unidade administrativa, política e social e não como unidade federativa.Desta menos valia posso citar como exemplo o pouco preparo profissional que os policiais recebem em seus cursos de formação e o quase completo abandono por parte do Estado e de seus poderes constitucionais, durante a vida profissional, na promoção de treinamentos e atualizações de conhecimentos. Os equipamentos de proteção individual, tais como coletes balísticos, calçados adequados, roupas com tecidos apropriados e com formatos desenvolvidos para o exercício de atividades específicas, treinamento com uso de armas de menor poder de letalidade, cintos operacionais, coldres e suportes para armas mais seguros e confiáveis, que não existem, ou são inadequados ou não são suficientes em números.Conhecimentos e equipamentos estes que objetivam a excelência no desenvolver de suas atividades profissionais, a fim atender aos anseios da sociedade por uma polícia melhor e dar condições aos encarregados da aplicação da lei de exercerem suas atividades com mais segurança e que são conseqüência do investimento financeiro nos órgãos de segurança pública.Esta realidade termina por coloca os profissionais encarregados da aplicação de lei, sempre em situações difíceis diante da complexidade dos problemas a serem enfrentados, situações que inevitavelmente resultam em lesões ou mortes, seqüelas e sofrimentos físicos e psicológicos permanentes a esses homens e mulheres. Homens e mulheres não são diferentes e nem vieram de lugar diferente de onde vem todo cidadão, da sociedade, das famílias brasileiras e como tal tem filhos, maridos, esposas, pai, mãe, amigos, em fim, famílias que os recebem após terem prestado serviços relevantes e indispensáveis à sociedade em condições de enfermidades.Agora, vejo com muita preocupação e tristeza mais uma vez o Estado dar uma demonstração de menos valia à vida desses profissionais, pois ao invés de discutirem e criarem leis que melhorassem a qualidade do serviço de segurança pública prestado pelo Estado, tais como currículos básicos unificados para a formação do profissional de segurança pública, programas permanentes de atualizações profissionais, definição legal de equipamentos de proteção individual – EPIs, para o exercício da atividade policial, avaliações psicológicas periódicas, etc., discute-se o uso ou não de algemas e se cria dispositivo legal para tanto.O incrível é que a existência de todas estas medidas já é uma realidade em outras profissões de segurança, como a de Vigilante, que são submetidos por força de lei a uma atualização profissional e a avaliação psicológica a cada dois anos, o uso de vestimenta balística pelo Vigilante que trabalha em bancos ou transportando valores também é disciplinado pela legislação de referência.O absurdo de tal discussão é que ela foi motivada pela prisão, em nossa opinião, de um cidadão que teve todas as oportunidades sociais, familiares e porque não dizer legais de ser um cidadão cumpridor das leis do País e não ser protagonista de um dos maiores escândalos financeiros, morais e institucionais que o Brasil já viveu na sua história recente.O uso das algemas no ato de prisão de suspeito de crime é um ato que objetiva exatamente a redução da possibilidade de reação violenta por parte da pessoa presa e a eventual necessidade do uso da força legal para garantir o cumprimento da lei, ou seja, é um ato proativo para exatamente não fazer uso da força. Tal comportamento deve ser regra e não exceção, pois a incolumidade física do preso é responsabilidade do Estado, como também é a do encarregado da aplicação da lei e a presunção de reação violenta é válida, como também é o direito de fuga e o de permanecer calado para não produzir prova contra si.O que assistimos agora é uma interpretação completamente dispare da razão em concreto, razão está verificada por conhecimento de causa formada ao longo de meus 17 anos de polícia e repassado para mim também por outros policiais que exerceram a profissão antes de mim. É o policial que efetua a prisão e conduz o preso o único a possuir as informações necessárias para a tomada da decisão do uso ou não da algema, não é crível que tal decisão possa ser tomada por pessoa que não se encontra presente no ato da prisão do suspeito. Depois da súmula vinculante N.° 11 a pergunta que se faz agora é “- O que deverá inibir a reação do conduzido preso no interior da viatura policial?” – Será a presença de armas ou mesmo a possibilidade do seu uso e o seu efetivo uso?. Triste é pensar que mais famílias de policiais perderão e chorarão seus entes queridos, mortos que foram em ocorrências que tiveram origem na ausência do uso da algema.