Economia já voltou a crescer no segundo trimestre, dizem especialistas
Globo.com
Paula Leite e Ligia Guimarães Do G1, em São Paulo
Depois do resultado negativo no primeiro trimestre divulgado nesta terça-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) , a economia brasileira já atingiu o ‘fundo do poço’ e voltou a crescer - mesmo que pouco - no segundo trimestre do ano - na avaliação de especialistas consultados pelo G1.
De acordo com economistas, os dados relativos ao Produto Interno Bruto (PIB) de abril a junho já deverão ser positivos, em linha com o que tem dito o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para quem a queda de 0,8% nos três primeiros meses do ano já reflete o “passado da economia”. “É como se estivéssemos olhando no retrovisor”, afirmou, na véspera.
Como o ministro, Bráulio Borges, economista-chefe da LCA Consultores, acredita que o pior já passou.
“Tem setores sofrendo muito ainda, mas o fundo do poço foi no primeiro trimestre”, diz.
Para o professor Fábio Kanczuc, da Faculdade de Economia e Administração (FEA) da USP, o resultado do PIB no segundo trimestre já deve ser positivo, mas a recuperação deve acontecer em ritmo mais lento do que se esperava.
“Se você já caiu e está no fundo do poço e já bateu no concreto, não dá mais para cair. Mas a retomada está sendo decepcionante”, afirma.
O economista da SLW Asset, Carlos Thadeu de Freitas Gomes Filho, concorda que o ritmo de expansão da economia deve ser mais lento do que se espera.
"Acho que (o ritmo) vai ser mais lento do que está se imaginando", diz ele. "As pessoas acham que o segundo trimestre pode ser de crescimento entre 0,5% a 1%, eu acredito que seja próximo de zero ou até um pouco negativo", diz.
'Sinais' sobre futuro
Para a analista Kelly Trentin, da corretora SLW, uma das principais 'pistas' sobre uma possível reação da economia no segundo trimestre são os dados da indústria, que mostram expansão em abril.
"A produção industrial mostrou uma reação em abril, e é o que se espera a partir de abril, que isso venha acontecendo nos próximos meses. Então o que se espera é uma reação da economia a partir do segundo trimestre",afirma.
O economista-chefe do Citigroup, Marcelo Kfoury, também prevê um segundo trimestre positivo em razão do bom desempenho da indústria.
"Porque você tem a indústria subindo há três meses consecutivos, e a média deve ser mais alta que a do primeiro trimestre", afirma. Para ele, o desempenho do PIB em 2009 deve ser o seguinte: alta de 1% no segundo trimestre, 1% no terceiro e 1,5% no quarto.
Segundo o economista Bráulio Borges, indicadores como a confiança dos empresários e os estoques da indústria, que voltaram a níveis normais, apontam para uma melhora nos últimos meses.
Para ele, o consumo das famílias vai ser ainda mais forte no resto do ano do que foi nos primeiros meses, com a volta da confiança do consumidor.
Previsões para o ano
Os analistas consultados pelo G1 discordam, no entanto, da previsão do ministro Mantega de que, no "fechado" de 2009, a economia terá crescimento de 1%.
"Prevemos queda de 1,5% para o ano", afirma Marcelo Kfoury, economista-chefe do Citigroup. "Estamos pessimistas em relação ao mercado de trabalho - prevemos que a taxa de desemprego chegue a dois dígitos - e isso pode enfraquecer o consumo", diz.
Carlos Thadeu de Freitas Gomes Filho, da KLW Asset, aposta em baixa de 1,2% em 2009.
Mesmo entre as previsões mais otimistas dos economistas, a estimativa fica em resultado positivo abaixo de 1%. "Eu chutaria algo próximo de zero", diz Fábio Kanczuc, da FEA.
Paula Leite e Ligia Guimarães Do G1, em São Paulo
Depois do resultado negativo no primeiro trimestre divulgado nesta terça-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) , a economia brasileira já atingiu o ‘fundo do poço’ e voltou a crescer - mesmo que pouco - no segundo trimestre do ano - na avaliação de especialistas consultados pelo G1.
De acordo com economistas, os dados relativos ao Produto Interno Bruto (PIB) de abril a junho já deverão ser positivos, em linha com o que tem dito o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para quem a queda de 0,8% nos três primeiros meses do ano já reflete o “passado da economia”. “É como se estivéssemos olhando no retrovisor”, afirmou, na véspera.
Como o ministro, Bráulio Borges, economista-chefe da LCA Consultores, acredita que o pior já passou.
“Tem setores sofrendo muito ainda, mas o fundo do poço foi no primeiro trimestre”, diz.
Para o professor Fábio Kanczuc, da Faculdade de Economia e Administração (FEA) da USP, o resultado do PIB no segundo trimestre já deve ser positivo, mas a recuperação deve acontecer em ritmo mais lento do que se esperava.
“Se você já caiu e está no fundo do poço e já bateu no concreto, não dá mais para cair. Mas a retomada está sendo decepcionante”, afirma.
O economista da SLW Asset, Carlos Thadeu de Freitas Gomes Filho, concorda que o ritmo de expansão da economia deve ser mais lento do que se espera.
"Acho que (o ritmo) vai ser mais lento do que está se imaginando", diz ele. "As pessoas acham que o segundo trimestre pode ser de crescimento entre 0,5% a 1%, eu acredito que seja próximo de zero ou até um pouco negativo", diz.
'Sinais' sobre futuro
Para a analista Kelly Trentin, da corretora SLW, uma das principais 'pistas' sobre uma possível reação da economia no segundo trimestre são os dados da indústria, que mostram expansão em abril.
"A produção industrial mostrou uma reação em abril, e é o que se espera a partir de abril, que isso venha acontecendo nos próximos meses. Então o que se espera é uma reação da economia a partir do segundo trimestre",afirma.
O economista-chefe do Citigroup, Marcelo Kfoury, também prevê um segundo trimestre positivo em razão do bom desempenho da indústria.
"Porque você tem a indústria subindo há três meses consecutivos, e a média deve ser mais alta que a do primeiro trimestre", afirma. Para ele, o desempenho do PIB em 2009 deve ser o seguinte: alta de 1% no segundo trimestre, 1% no terceiro e 1,5% no quarto.
Segundo o economista Bráulio Borges, indicadores como a confiança dos empresários e os estoques da indústria, que voltaram a níveis normais, apontam para uma melhora nos últimos meses.
Para ele, o consumo das famílias vai ser ainda mais forte no resto do ano do que foi nos primeiros meses, com a volta da confiança do consumidor.
Previsões para o ano
Os analistas consultados pelo G1 discordam, no entanto, da previsão do ministro Mantega de que, no "fechado" de 2009, a economia terá crescimento de 1%.
"Prevemos queda de 1,5% para o ano", afirma Marcelo Kfoury, economista-chefe do Citigroup. "Estamos pessimistas em relação ao mercado de trabalho - prevemos que a taxa de desemprego chegue a dois dígitos - e isso pode enfraquecer o consumo", diz.
Carlos Thadeu de Freitas Gomes Filho, da KLW Asset, aposta em baixa de 1,2% em 2009.
Mesmo entre as previsões mais otimistas dos economistas, a estimativa fica em resultado positivo abaixo de 1%. "Eu chutaria algo próximo de zero", diz Fábio Kanczuc, da FEA.
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