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segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Brasil ganha 60 mil novos milionários em um ano

Folha de São Paulo

Em um ano, o Brasil elevou o número de milionários em 60 mil, segundo levantamento do BCG (The Boston Consulting Group) publicado em reportagem da edição dominical da Folha (íntegra do texto para assinantes do jornal e do UOL). No ano passado, havia 190 mil milionários no país. Em 2006, eles eram 130 mil --expansão de 46,1%.
A fortuna desses milionários está estimada em aproximadamente US$ 675 bilhões, o que equivale a praticamente metade do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Para o BCG, milionários são aqueles que têm mais de US$ 1 milhão aplicado no mercado financeiro.
André Xavier, sócio-diretor do BCG no Brasil, diz que, para identificá-los, os especialistas entrevistaram gestores de fortunas de 111 instituições financeiras em 60 países. Foi a primeira vez que uma equipe veio pessoalmente ao Brasil para fazer o levantamento.
Entre os fatores que explicam a explosão do grupo dos milionários no Brasil estão a expansão de empresas negociadas na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) em 2007, a valorização do real e os investimentos estrangeiros diretos.
O bom momento da construção civil, o fortalecimento do agronegócio no Centro-Oeste e os negócios relacionados à produção de álcool, na região Sudeste, também fizeram novos milionários, segundo os bancos de investimentos consultados.
Além disso, cresceu o time de executivos brasileiros em companhias estrangeiras recebendo parte dos salários em ações da empresa.
Ranking
Além de ser um dos países em que o número de milionários mais cresce no mundo, o Brasil é o segundo na lista dos países onde as fortunas se multiplicam mais rapidamente.
De acordo com o levantamento do BCG, nos últimos seis anos, os investimentos dos brasileiros com mais de US$ 1 milhão aumentaram a um ritmo anual médio de 22,4%, índice que só perdeu para o da China, onde as riquezas inflaram 23,4% no mesmo período.
Os especialistas do BCG detectaram ainda uma mudança de comportamento dos milionários brasileiros. Boa parte deles já prefere investir no próprio país a procurar aplicações no exterior, como fundos "off- shore" e títulos do governo norte-americano.

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