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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Marcas pedem socorro


Bruno Mello, Editor Executivo do Mundo do Marketing

Um dos traços mais marcantes de uma marca é a comunicação dela. Os comerciais de TV, um anúncio numa revista, na internet e um outdoor continuam sendo grandes responsáveis por formar a identidade de uma marca no Brasil para a grande massa. A comunicação é a face mais tangível das marcas quando não se está experimentando um produto ou serviço. Agora, imagine a cena abaixo, descrita no “Branding 101, o Guia de Gestão de Marcas de Produto”, escrito por Fernando Jucá e Ricardo Jucá e publicado com exclusividade no Mundo do Marketing. “É difícil se relacionar com uma pessoa que muda constantemente, não é verdade? Com as marcas é a mesma coisa, traços de personalidade bem definidos ajudam a trazer coerência às ações da marca e dão mais credibilidade a sua promessa central”. Mas é isso que está acontecendo com uma centena de grandes, médias e pequenas. Elas mudam a comunicação a cada hora e o consumidor simplesmente perde a identidade. Não faltam exemplos disso. As vezes, dentro de uma própria gestão. Não raro, uma campanha de varejo é totalmente diferente de uma institucional. O grande problema é que muda o Diretor de Marketing, muda a agência de publicidade, muda o ano e a marca muda. Ricardo Guimarães, da Thymus Branding, comentou sobre este fenômeno recentemente e foi direto em minha inquietação. “Primeiro é preciso entender que a marca não é da empresa, é do mercado, é uma estrutura aberta e interage com todo o público que está dentro dela. Todo mundo pode criar e melhorar a marca, mas não pode ter um gerente e um diretor que é dono da marca. Marca é uma estrutura aberta”, enfatiza. Problema é originário na falta de essênciaO grande gap entre as mudanças está justamente na comunicação. “Não pode definir a sua identidade pela estética. Tem que ser reconhecido pelo significado e pela experiência da marca. Quando você olha para uma roupa Chanel, você vê que é Chanel, não precisa ver a etiqueta”, comenta. Estamos falando de consistência de marca. Algo que está passando longe do dia a dia dos gestores ultimamente. Por isso, Fernando Jucá e Ricardo Jucá dedicaram atenção especial a este tema ao escrever “Independente de onde ela vai acontecer, a comunicação precisa sempre traduzir a proposta de valor da marca e ser facilmente reconhecível pelos seus consumidores. O fundamental é que as diferentes ações de comunicação se somem e se completem na cabeça do consumidor para a construção de brand equity”.Ao falarmos de identidade, atingimos outra questão que Ricardo Guimarães comentou em nossa conversa: a essência. Se você acompanha este editorial, vai lembrar que nas duas ultimas edições enfatizamos este assunto e, agora, ao ver mais um problema, de falta de consistência na comunicação das marcas, esbarramos mais uma vez na essência da marca. É o DNA. E se o DNA está com problemas, tem que mudar tudo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Não trabalhe somente, vista a camisa da empresa! É muito comum ouvir isso em corredores de Organizações.
Paro para analisar este texto e percebo que há uma certa disfunção: funcionários "vestem" a marca e os consumidores, os panos de chão caríssimos só porque penduram uma etiquetinha.
Há muito tempo que a marca não anda em comum acordo com conforto, praticidade e durabilidade.
E a relação custo X benefício???
Interessante que cada vez mais vem crescendo a procura consciente de mercadorias falsificadas (classes A e B concordem comigo por favor!). Deve ser por que a roupa do shopping possui a mesma qualidade do popular, a única diferença ERA a etiquetinha básica.
É justo!
Quem sabe um dia acordem e devolvam a marca pra quem é de direito: o cliente.

Noelma Oliveira.