Consumidor é racional, mas comete irracionalidades, afirma Provar/Fia
Info Money Pessoal
SÃO PAULO - Os consumidores são racionais, mas, na prática, acabam cometendo algumas irracionalidades. A afirmação é do coordenador do Provar/Fia (Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração), Nuno Fouto, ao explicar o comportamento dos brasileiros quando saem às compras.
"Nosso País tem consumidores muito racionais. Por exemplo, a maior parte deles, se tivesse condições, faria suas compras somente à vista, sem comprometer salários que ainda virão. Porém, na prática, a falta de renda faz com que eles dividam suas compras em diversas vezes".
Poder de compra
Para Fouto, é a vontade, o desejo e o impulso que levam os consumidores a agirem diferentemente do que haviam planejado. "Nos últimos anos vivemos um momento de crescimento econômico, com maior quantidade de crédito disponível no mercado. E, com isso, o poder de compra do brasileiro aumentou".
O professor explica que, com o aumento do poder de compra, as aquisições "irracionais" também cresceram. "Imagina alguém que sempre sonhou em comprar algo de repente poder comprar? Tínhamos uma sociedade com uma demanda muito represada por consumir. Nos últimos anos, o mercado de crédito permitiu que cidadãos de classes D e E comprassem um carro, dividindo o valor em 80 vezes. Por mais que essa pessoa viva um dilema entre o devo e o quero, muitas vezes ela acaba comprando".
Ainda de acordo com Fouto, além do maior poder de compra, quando saem às ruas, os consumidores se deparam com ambientações que despertam ainda mais as aquisições por impulso. "O comércio utiliza muitas técnicas para vender: a maneira como um produto é disponibilizado na loja ou um comercial que o relaciona a um estilo de vida. Tudo isso desperta o desejo de possuir determinado produto".
Elevação da inadimplência
Porém, as compras feitas por impulso podem levar o País a registrar patamares maiores de inadimplência no próximo ano.
"Quando você parcela uma compra, é quase uma aposta. Você está comprometendo um valor que ainda não ganhou, acreditando que vai ganhar", disse o presidente da Serasa, Francisco Valim, em evento sobre perspectivas para o crédito em 2009. "E como para o próximo ano já se cogita elevação da taxa de desemprego e redução na massa salarial, muita gente pode não ganhar o que estava planejando".
Mas, para o economista da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento), Istvan Kasznar, o brasileiro soube lidar com o crédito e não se endividou excessivamente. "Devemos realmente ver um aumento da inadimplência, mas o brasileiro não se endividou muito, tanto que não alcançaremos números vistos nos Estados Unidos e na Europa. Nossa sociedade está lidando melhor com as dívidas, um exemplo é que o número de superendividados no Brasil é de 7% de acordo com os dados mais recentes; nos EUA esse número sobe para 38%".
SÃO PAULO - Os consumidores são racionais, mas, na prática, acabam cometendo algumas irracionalidades. A afirmação é do coordenador do Provar/Fia (Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração), Nuno Fouto, ao explicar o comportamento dos brasileiros quando saem às compras.
"Nosso País tem consumidores muito racionais. Por exemplo, a maior parte deles, se tivesse condições, faria suas compras somente à vista, sem comprometer salários que ainda virão. Porém, na prática, a falta de renda faz com que eles dividam suas compras em diversas vezes".
Poder de compra
Para Fouto, é a vontade, o desejo e o impulso que levam os consumidores a agirem diferentemente do que haviam planejado. "Nos últimos anos vivemos um momento de crescimento econômico, com maior quantidade de crédito disponível no mercado. E, com isso, o poder de compra do brasileiro aumentou".
O professor explica que, com o aumento do poder de compra, as aquisições "irracionais" também cresceram. "Imagina alguém que sempre sonhou em comprar algo de repente poder comprar? Tínhamos uma sociedade com uma demanda muito represada por consumir. Nos últimos anos, o mercado de crédito permitiu que cidadãos de classes D e E comprassem um carro, dividindo o valor em 80 vezes. Por mais que essa pessoa viva um dilema entre o devo e o quero, muitas vezes ela acaba comprando".
Ainda de acordo com Fouto, além do maior poder de compra, quando saem às ruas, os consumidores se deparam com ambientações que despertam ainda mais as aquisições por impulso. "O comércio utiliza muitas técnicas para vender: a maneira como um produto é disponibilizado na loja ou um comercial que o relaciona a um estilo de vida. Tudo isso desperta o desejo de possuir determinado produto".
Elevação da inadimplência
Porém, as compras feitas por impulso podem levar o País a registrar patamares maiores de inadimplência no próximo ano.
"Quando você parcela uma compra, é quase uma aposta. Você está comprometendo um valor que ainda não ganhou, acreditando que vai ganhar", disse o presidente da Serasa, Francisco Valim, em evento sobre perspectivas para o crédito em 2009. "E como para o próximo ano já se cogita elevação da taxa de desemprego e redução na massa salarial, muita gente pode não ganhar o que estava planejando".
Mas, para o economista da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento), Istvan Kasznar, o brasileiro soube lidar com o crédito e não se endividou excessivamente. "Devemos realmente ver um aumento da inadimplência, mas o brasileiro não se endividou muito, tanto que não alcançaremos números vistos nos Estados Unidos e na Europa. Nossa sociedade está lidando melhor com as dívidas, um exemplo é que o número de superendividados no Brasil é de 7% de acordo com os dados mais recentes; nos EUA esse número sobe para 38%".
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