No Brasil, profissionalização do varejo movimenta negócios
Valor Econômico
A tarefa do Wal-Mart para substituir seu sistema de gestão tradicional - feito dentro de casa -, pelo software da SAP contará com uma facilidade no Brasil. As bandeiras Sonae e Bompreço, que foram adquiridas pelo grupo, já usavam a tecnologia da fornecedora alemã, o que tornará a transição mais suave, diz Romildo Barros, vice-presidente de sistema do Wal-Mart no Brasil. O executivo não revela, porém, quando será finalizada a implementação do sistema no país.
Esse tipo de mudança não é, porém, uma exclusividade da gigante americana. A competição crescente do setor no Brasil tem impulsionado outras companhias a sofisticarem seus sistemas de gestão.
O grupo Pão de Açúcar, que sempre adotou soluções tecnológicas caseiras, abandonou a prática neste ano e decidiu contratar sistemas globais de gestão. Com a maior participação do grupo francês Casino - que já possui 50% da holding que controla os supermercados e deverá assumir uma posição majoritária no futuro -, o Pão de Açúcar está deixando de ser um operação local para transformar-se em um negócio cada vez mais globalizado.
Os programas de gestão empresarial (ERP, na sigla em inglês) são oferecidos em pacotes de software que oferecem módulos para tarefas específicas, mas integrados entre si. Os clientes podem adotar um número maior ou menor de programas, dependendo de sua necessidade.
No Pão de Açúcar, que possui 575 lojas no país, a previsão é de concluir a implantação do módulo financeiro até julho. A empresa ainda não escolheu o fornecedor do software específico para varejo, cujo contrato está sendo disputado pela SAP, Oracle e Aldata. A expectativa é de concluir a licitação no mês que vem.
O Pão de Açúcar também passou a usar o sistema DemandTec de "precificação" (avaliação de preços), software que também era desenvolvido internamente. Além dessas mudanças, a empresa está em busca de um nome no mercado para ocupar o cargo de principal executivo de TI.
A competição crescente entre os varejistas está movimentando os negócios dos fornecedores de software. "As empresas varejistas estão em busca do ERP devido à profissionalização do setor", explica Elia Chatah, responsável pela área de varejo da SAP no Brasil. Com a globalização, cresce a necessidade dos varejistas de unificar seus processos de compra, independentemente do país em que está o fornecedor.
A procura é tamanha que a receita desse setor na SAP cresceu 90% no país em 2007. "O varejo é o segmento que mais cresce na América Latina para a SAP (dentro de um universo de 30 setores)", diz Chatah. A companhia tem clientes como Lojas Riachuelo, Lojas Marisa e Telha Norte.
Segundo a 19º Pesquisa Anual e Tendência de Software, realizada pela Fundação Getúlio Vargas, o mercado de ERP divide-se em alguns fornecedores. A liderança é da brasileira Totvs, com 24% dos sistemas instalados nas empresas em 2007. A SAP ocupa o segundo lugar, com 23%, seguida da Oracle (17%), Datasul (16%) e Infor (7%).
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