Expansão imobiliária causa gargalos na construção civil
A retomada do segmento imobiliário já aponta riscos de apagão da construção civil caso o crescimento do setor se acelere ainda mais em 2008 e em 2009. A falta de cimento em algumas cidades chama a atenção para gargalos que podem comprometer o desempenho da economia nos próximos anos.
A construção civil responde por quase 18% da produção industrial no país e tem sido puxada pelo forte aumento na construção de imóveis, que representa cerca de 25% do setor.
A área de infra-estrutura, responsável por metade da produção da construção, ainda não deslanchou e aguarda os projetos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) saírem do papel. Ainda assim, os empresários já admitem falta de mão-de-obra e demora na entrega de produtos.
"Falta operador de grua. Para uma obra no Distrito Federal, tivemos de importar de São Paulo", diz Alexandre Chueri, superintendente da Ciplan, que fornece cimento, agregados, argamassa e concreto para Estados do Centro-Oeste, do Norte, do Nordeste e do Sudeste.
"O Brasil tem restrições ao crescimento no nível da Ásia, e uma delas é por causa da mão-de-obra. Se o crescimento [nas vendas de materiais para construção] passar de 12% [projeção do setor para 2007 e 2008], vai faltar tanta coisa que não será o cimento o problema."
Ele ressalta que o fornecimento de produtos é mais fácil de resolver porque há investimentos em andamento para maturar. Já a questão da mão-de-obra qualificada é considerada mais delicada. Segundo Chueri, há um ano a entrega de projetos de construção em escritórios tradicionais demorava 30 dias em cidades como Brasília. Hoje, a espera pode chegar a quatro meses.
"Faltam grua, andaime e até engenheiro civil. Mas acho que a situação é transitória e não há risco de apagão. As empresas vão se adaptar à demanda", avalia José Otávio Carvalho, secretário-executivo do Sindicato da Indústria do Cimento.
Para ele, o maior risco de gargalo do setor está no frete. "Para um determinado nível de crescimento, haverá problema de saturação de rodovias, da frota. Temos notícias de filas para comprar caminhão."
A previsão de crescimento nas vendas de materiais de construção em 2007 é de 12%, praticamente o dobro dos 6,3% de 2006.
O resultado disso, segundo o presidente da Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção), Melvyn Fox, é que o setor, que trabalhava com 70% da capacidade instalada, já está utilizando mais de 85% da capacidade de máquinas, equipamentos e plantas produtivas.
Mais fábricas
Apesar de reconhecer problemas em algumas áreas, ele diz que são pontuais e descarta o risco de apagão se o ritmo de consumo for mantido. "Temos fábricas sendo reativadas e plantas novas criadas."
O risco é se a demanda crescer muito mais. "A não ser que haja um estouro e cresçamos a 20% ao ano, aí teremos problemas. Mas o PAC não vai deslanchar de forma tão intensa de uma única vez. Sabemos que há limitações para o programa", diz, citando discussões ambientais, demora na seleção e escolha dos projetos.
O câmbio também pode ser um aliado importante para o setor, diz Lauro Andrade Filho, diretor da Anfacer (Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica). "Com o real valorizado, os 20% da produção que seriam exportados ficarão no mercado interno."
Ele estima que o segmento de cerâmica, pisos e revestimentos já opera com quase 93% de ocupação do parque produtivo, mas afirma que os investimentos feitos deverão aumentar em 5% a capacidade atual de produção ainda neste ano.
Mesmo otimista, ele admite que teme problemas na área energética. "Cerâmica depende muito de gás natural. A indústria está preparada para aumentar a produção, mas há fatores externos que podem atrapalhar, como abastecimento e escoamento da produção."
A construção civil responde por quase 18% da produção industrial no país e tem sido puxada pelo forte aumento na construção de imóveis, que representa cerca de 25% do setor.
A área de infra-estrutura, responsável por metade da produção da construção, ainda não deslanchou e aguarda os projetos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) saírem do papel. Ainda assim, os empresários já admitem falta de mão-de-obra e demora na entrega de produtos.
"Falta operador de grua. Para uma obra no Distrito Federal, tivemos de importar de São Paulo", diz Alexandre Chueri, superintendente da Ciplan, que fornece cimento, agregados, argamassa e concreto para Estados do Centro-Oeste, do Norte, do Nordeste e do Sudeste.
"O Brasil tem restrições ao crescimento no nível da Ásia, e uma delas é por causa da mão-de-obra. Se o crescimento [nas vendas de materiais para construção] passar de 12% [projeção do setor para 2007 e 2008], vai faltar tanta coisa que não será o cimento o problema."
Ele ressalta que o fornecimento de produtos é mais fácil de resolver porque há investimentos em andamento para maturar. Já a questão da mão-de-obra qualificada é considerada mais delicada. Segundo Chueri, há um ano a entrega de projetos de construção em escritórios tradicionais demorava 30 dias em cidades como Brasília. Hoje, a espera pode chegar a quatro meses.
"Faltam grua, andaime e até engenheiro civil. Mas acho que a situação é transitória e não há risco de apagão. As empresas vão se adaptar à demanda", avalia José Otávio Carvalho, secretário-executivo do Sindicato da Indústria do Cimento.
Para ele, o maior risco de gargalo do setor está no frete. "Para um determinado nível de crescimento, haverá problema de saturação de rodovias, da frota. Temos notícias de filas para comprar caminhão."
A previsão de crescimento nas vendas de materiais de construção em 2007 é de 12%, praticamente o dobro dos 6,3% de 2006.
O resultado disso, segundo o presidente da Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção), Melvyn Fox, é que o setor, que trabalhava com 70% da capacidade instalada, já está utilizando mais de 85% da capacidade de máquinas, equipamentos e plantas produtivas.
Mais fábricas
Apesar de reconhecer problemas em algumas áreas, ele diz que são pontuais e descarta o risco de apagão se o ritmo de consumo for mantido. "Temos fábricas sendo reativadas e plantas novas criadas."
O risco é se a demanda crescer muito mais. "A não ser que haja um estouro e cresçamos a 20% ao ano, aí teremos problemas. Mas o PAC não vai deslanchar de forma tão intensa de uma única vez. Sabemos que há limitações para o programa", diz, citando discussões ambientais, demora na seleção e escolha dos projetos.
O câmbio também pode ser um aliado importante para o setor, diz Lauro Andrade Filho, diretor da Anfacer (Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica). "Com o real valorizado, os 20% da produção que seriam exportados ficarão no mercado interno."
Ele estima que o segmento de cerâmica, pisos e revestimentos já opera com quase 93% de ocupação do parque produtivo, mas afirma que os investimentos feitos deverão aumentar em 5% a capacidade atual de produção ainda neste ano.
Mesmo otimista, ele admite que teme problemas na área energética. "Cerâmica depende muito de gás natural. A indústria está preparada para aumentar a produção, mas há fatores externos que podem atrapalhar, como abastecimento e escoamento da produção."
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