AmBev vai distribuir Budweiser no Brasil
Valor Econômico
A belgo-brasileira InBev confirmou ontem a aquisição da americana Anheuser-Busch, por US$ 70 por ação em dinheiro, transação avaliada em US$ 52 bilhões. O Conselho de Diretores de ambas companhias aprovaram o negócio.
O CEO da InBev, Carlos Brito, afirmou que, embora o negócio não envolva diretamente a AmBev, certamente haverá parceria para vender a marca Budweiser no Brasil por meio da AmBev. Segundo ele, por ser uma marca diferenciada, como a Stella Artois (também propriedade da InBev), a Budweiser não deverá competir com as líderes brasileiras de mercado.
"A combinação da Anheuser-Busch e InBev criará uma líder global na indústria de cerveja e uma das cinco maiores companhias de produtos ao consumidor. Em uma base pro-forma para 2007, a empresa combinada teria gerado volume de 460 milhões de hectolitros, receita de US$ 36,4 bilhões e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização de US$ 10,7 bilhões", informou a InBev em nota em sua página eletrônica.
A nova empresa será chamada Anheuser-Busch InBev. O CEO da InBev, Carlos Brito, será o CEO da nova empresa. A Anheuser terá dois assentos no Conselho. Os acionistas da InBev e da Anheuser ainda precisam aprovar a transação. Reuniões especiais para isso ainda serão marcadas. A previsão é de que o negócio esteja concluído até o fim deste ano.
Segundo Brito, as duas empresas juntas se complementam, o que deve levar à criação de grandes oportunidades de negócios. "Nos mercados fora dos EUA, temos que olhar para o Reino Unido e para a China, que são os únicos lugares em que as duas atuam. Mesmo assim, na China, a Anheuser-Busch está mais concentrada no norte do país e a Inbev, no sul. Assim, vemos muitas oportunidades para a empresa combinada".
Ele disse ainda que nenhuma das 12 unidades de produção da Anheuser nos EUA será fechada, pois estão bem adaptadas ao fornecimento do mercado americano. Para ele, o objetivo é aproveitar o potencial de crescimento que elas representam, com melhorias na eficiência da operação.
O CEO da Anheuser, August Busch IV, disse que embora o início do processo de compra tenha sido difícil, foi impossível resistir à oferta da Inbev. "Acredito que será criado muito valor para os acionistas, numa operação que está em linha com o que fizemos nos últimos 150 anos", disse. "No fim, foi um negócio amigável", acrescentou.
Para os dois, a fusão não deve representar uma competição entre marcas da nova empresa nos EUA. O americano vê cerveja importada como produto diferenciado e, portanto, não há possibilidade de grandes mudanças em seus hábitos, mas chance de vender mais.
Brito disse que os programas de demissão e aposentadoria voluntárias da Anheuser serão mantidos. A meta desse programa é demitir cerca de 1.200 funcionários.
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