Economia "não vai levar uma cacetada", diz Mantega
Diário Catarinense
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, não tem dúvida da existência de uma crise econômica mundial, que começou com a crise imobiliária dos Estados Unidos e foi agravada pelo choque de preços das commodities.
— Estamos no fim de um ciclo econômico capitalista. Neste momento, é preciso fazer ajustes e preparar um novo ciclo — declarou.
Nesse cenário, Mantega diz que o desafio dos países emergentes é "combater a inflação sem abortar o crescimento". Para o ministro, o atual surto inflacionário resulta fundamentalmente do choque de preços das commodities agrícolas, metálicas e do petróleo.
O governo, alerta Mantega, já adotou medidas para desacelerar o crescimento, com o objetivo de evitar que a inflação contamine outros setores da economia, mas não vai derrubar o crescimento. — Não é para dar uma cacetada na economia, mas é para moderar a demanda, moderar o crescimento. Adequá-lo à nova realidade.
Segundo ele, se as medidas já adotadas não forem suficientes, o governo poderá anunciar outras.
— Armamento não nos falta e o usaremos porque ninguém quer a volta da inflação.
Mantega admitiu que a inflação em 2009 também poderá ficar acima do centro da meta, como este ano, se o choque de preços continuar.
— Se a gente conseguir não ultrapassar a margem de tolerância em nenhum momento eu me dou por muito satisfeito porque outros países já ultrapassaram — afirmou.
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