Herdeiro na chefia nem sempre dá certo
Valor Econômico
Eunice Yonamine, diretora executiva da Panco, fala com humor do dedo anular da mão direita, decepado aos 20 anos, quando ela operava em uma das máquinas construídas pelo fundador da empresa. "Meu pai gostava de criar as próprias máquinas e, um dia, quando eu estava trabalhando em uma, aconteceu o acidente", diz ela. "Mas depois disso ele fez alguns ajustes e ninguém nunca mais se machucou", brinca.
Mesmo trabalhando desde os 12 anos na empresa, Eunice, a filha mais velha, hoje com 56 anos, não será a herdeira. Para assumir o comando, Franklin Yonamine - que na Seven Boys é chamado de "Tio Panco" - estava preparando o único filho homem, Kiyoiti, que faleceu há cinco anos, em um acidente de carro. Agora é o filho de Kiyoiti, de 31 anos, também chamado Franklin, quem está sendo treinado para ocupar a presidência.
Budista convicto e lúcido aos 80 anos, completados no último dia 5 de junho, o "Seu Franklin" continua dando as cartas. Foi dele a idéia de inserir na logomarca da Panco, há dois anos, a frase "Muito obrigado! Panco agradece". Franklin teve ainda o mérito de convencer o craque Pelé, que conheceu durante uma viagem de avião na metade dos anos 90, a ser o garoto-propaganda da marca recém-criada, numa campanha relâmpago que ficou no ar por apenas 15 dias. "Pelé permitiu que meu pai usasse sua imagem por um período de 30 dias, mas nós perdemos metade desse tempo refazendo a mensagem da propaganda", lembra Eunice. Isso porque Franklin não concordou com a idéia inicial, de dizer que a Panco iria substituir a Seven Boys. "Assim, você mata o seu tio!", disse ele à época para a filha.
No outro ramo da família, comandado por Paulo Yonamine, da Seven Boys, a formação da segunda geração também foi frustrada. Enquanto a filha Iza dividia com o pai o comando das fábricas de Porto Alegre e Belo Horizonte, era o irmão Franco quem estava sendo preparado como sucessor. Iza, no entanto, não se mostrou tão condescendente quanto a prima Eunice e fez questão de tomar algumas iniciativas por conta própria. Em 2000, acabou destituída do cargo e Franco assumiu. A experiência, porém, foi desastrosa. "Nos anos em que ele esteve esteve à frente da empresa, o faturamento caiu pela metade", diz uma fonte da Seven Boys. Iza voltou no final de 2005, então com plenos poderes, e disposta a dar uma guinada na companhia. Lançou no ano passado a marca Benefice, de produtos funcionais, e investiu mais de R$ 1 milhão na linha de pães lights. (DM)
Eunice Yonamine, diretora executiva da Panco, fala com humor do dedo anular da mão direita, decepado aos 20 anos, quando ela operava em uma das máquinas construídas pelo fundador da empresa. "Meu pai gostava de criar as próprias máquinas e, um dia, quando eu estava trabalhando em uma, aconteceu o acidente", diz ela. "Mas depois disso ele fez alguns ajustes e ninguém nunca mais se machucou", brinca.
Mesmo trabalhando desde os 12 anos na empresa, Eunice, a filha mais velha, hoje com 56 anos, não será a herdeira. Para assumir o comando, Franklin Yonamine - que na Seven Boys é chamado de "Tio Panco" - estava preparando o único filho homem, Kiyoiti, que faleceu há cinco anos, em um acidente de carro. Agora é o filho de Kiyoiti, de 31 anos, também chamado Franklin, quem está sendo treinado para ocupar a presidência.
Budista convicto e lúcido aos 80 anos, completados no último dia 5 de junho, o "Seu Franklin" continua dando as cartas. Foi dele a idéia de inserir na logomarca da Panco, há dois anos, a frase "Muito obrigado! Panco agradece". Franklin teve ainda o mérito de convencer o craque Pelé, que conheceu durante uma viagem de avião na metade dos anos 90, a ser o garoto-propaganda da marca recém-criada, numa campanha relâmpago que ficou no ar por apenas 15 dias. "Pelé permitiu que meu pai usasse sua imagem por um período de 30 dias, mas nós perdemos metade desse tempo refazendo a mensagem da propaganda", lembra Eunice. Isso porque Franklin não concordou com a idéia inicial, de dizer que a Panco iria substituir a Seven Boys. "Assim, você mata o seu tio!", disse ele à época para a filha.
No outro ramo da família, comandado por Paulo Yonamine, da Seven Boys, a formação da segunda geração também foi frustrada. Enquanto a filha Iza dividia com o pai o comando das fábricas de Porto Alegre e Belo Horizonte, era o irmão Franco quem estava sendo preparado como sucessor. Iza, no entanto, não se mostrou tão condescendente quanto a prima Eunice e fez questão de tomar algumas iniciativas por conta própria. Em 2000, acabou destituída do cargo e Franco assumiu. A experiência, porém, foi desastrosa. "Nos anos em que ele esteve esteve à frente da empresa, o faturamento caiu pela metade", diz uma fonte da Seven Boys. Iza voltou no final de 2005, então com plenos poderes, e disposta a dar uma guinada na companhia. Lançou no ano passado a marca Benefice, de produtos funcionais, e investiu mais de R$ 1 milhão na linha de pães lights. (DM)
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