Coca-Cola "congela" compra da Leão Júnior no Cade
Valor Econômico
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) do Ministério da Justiça deverá assinar um acordo com a Coca-Cola para "congelar" a compra da Leão Júnior, fabricante do Mate Leão. O Cade está preocupado com os números da Nielsen indicando que a aquisição, feita a quase cinco meses, leva a uma concentração de 70% no mercado de chás prontos para beber. Por isso, convocou as empresas a aderirem a um acordo de preservação da reversibilidade da operação (Apro).
O Apro permitiria ao Cade separar as estruturas de produção, distribuição e de comercialização do Mate Leão, caso conclua que o negócio é prejudicial à concorrência. O Cade quer evitar que a aquisição se transforme num fato consumado, impossível de ser revertida. Por isso, quer manter as estruturas separadas até o julgamento final do negócio, sem data ainda para ocorrer. A Coca-Cola informou, em nota ao Valor, que "a Leão Júnior já estava atuando de forma independente à Coca-Cola Brasil e assim continuará até o anúncio da decisão final das autoridades."
O Apro deverá se restringir aos copos e garrafas de chás gelados da Leão Júnior. Não deve atingir o ramo "seco" (os saquinhos de chás); fica restrito à linha líquida e, por isso, é chamado de "um Apro light". Estima-se que a linha líquida represente 40% do negócio. Os termos do acordo já estão redigidos. A idéia era esperar pela próxima sessão de julgamentos do Cade, marcada para o dia 22, para assinar o Apro, mas o Cade estuda antecipar para amanhã.
A Coca-Cola defende a tese de que a concentração de mercado será menor do que os 70% indicados pela Nielsen. A compra da Leão Júnior, segundo a Coca, acrescenta pouco em termos de faturamento e de volume no mercado de bebidas não-alcóolicas. Em faturamento, a Coca passará de 51,1% para 51,4%. Em volume produzido, irá de 34,9% para 35,1%. A Coca-Cola alegou que compete com rivais de peso. Em faturamento, os principais rivais são Ambev (10,9%), e Pepsi (4,7%). Em volume produzido, a AmBev tem 6,8% e a Pepsi, 4,1%.
No mercado de chás prontos, a Coca-Cola argumenta que o Mate Leão é um produto diferente de "iced teas", como Lipton e Nestea. Segundo a empresa, o sabor do Mate Leão é mais forte, enquanto os "iced teas" são mais doces. O Mate Leão teria o objetivo de matar a sede (por isso, é vendido em praias), e o "iced tea" é bebida atrelada a refeições. Também há diferenças de embalagens. O Mate Leão é envasado em copinhos plásticos e em embalagens PET. Já o Lipton e o Nestea são vendidos também em lata. A Pepsi é dona da marca Lipton e pediu à Secretaria de Direito Econômico (SDE) a quebra da confidencialidade de informações importantes da aquisição: o valor do negócio, o faturamento, as quantidades de vendas; e os clientes e os fornecedores das duas empresas. A SDE permitiu à Pepsi apenas a leitura da petição inicial da Coca-Cola em que há a descrição do negócio.
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) do Ministério da Justiça deverá assinar um acordo com a Coca-Cola para "congelar" a compra da Leão Júnior, fabricante do Mate Leão. O Cade está preocupado com os números da Nielsen indicando que a aquisição, feita a quase cinco meses, leva a uma concentração de 70% no mercado de chás prontos para beber. Por isso, convocou as empresas a aderirem a um acordo de preservação da reversibilidade da operação (Apro).
O Apro permitiria ao Cade separar as estruturas de produção, distribuição e de comercialização do Mate Leão, caso conclua que o negócio é prejudicial à concorrência. O Cade quer evitar que a aquisição se transforme num fato consumado, impossível de ser revertida. Por isso, quer manter as estruturas separadas até o julgamento final do negócio, sem data ainda para ocorrer. A Coca-Cola informou, em nota ao Valor, que "a Leão Júnior já estava atuando de forma independente à Coca-Cola Brasil e assim continuará até o anúncio da decisão final das autoridades."
O Apro deverá se restringir aos copos e garrafas de chás gelados da Leão Júnior. Não deve atingir o ramo "seco" (os saquinhos de chás); fica restrito à linha líquida e, por isso, é chamado de "um Apro light". Estima-se que a linha líquida represente 40% do negócio. Os termos do acordo já estão redigidos. A idéia era esperar pela próxima sessão de julgamentos do Cade, marcada para o dia 22, para assinar o Apro, mas o Cade estuda antecipar para amanhã.
A Coca-Cola defende a tese de que a concentração de mercado será menor do que os 70% indicados pela Nielsen. A compra da Leão Júnior, segundo a Coca, acrescenta pouco em termos de faturamento e de volume no mercado de bebidas não-alcóolicas. Em faturamento, a Coca passará de 51,1% para 51,4%. Em volume produzido, irá de 34,9% para 35,1%. A Coca-Cola alegou que compete com rivais de peso. Em faturamento, os principais rivais são Ambev (10,9%), e Pepsi (4,7%). Em volume produzido, a AmBev tem 6,8% e a Pepsi, 4,1%.
No mercado de chás prontos, a Coca-Cola argumenta que o Mate Leão é um produto diferente de "iced teas", como Lipton e Nestea. Segundo a empresa, o sabor do Mate Leão é mais forte, enquanto os "iced teas" são mais doces. O Mate Leão teria o objetivo de matar a sede (por isso, é vendido em praias), e o "iced tea" é bebida atrelada a refeições. Também há diferenças de embalagens. O Mate Leão é envasado em copinhos plásticos e em embalagens PET. Já o Lipton e o Nestea são vendidos também em lata. A Pepsi é dona da marca Lipton e pediu à Secretaria de Direito Econômico (SDE) a quebra da confidencialidade de informações importantes da aquisição: o valor do negócio, o faturamento, as quantidades de vendas; e os clientes e os fornecedores das duas empresas. A SDE permitiu à Pepsi apenas a leitura da petição inicial da Coca-Cola em que há a descrição do negócio.
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