IBGE: leite e telefonia devem continuar puxando IPCA
O leite e a telefonia fixa devem continuar influindo na inflação em agosto. De acordo com a coordenadora da pesquisa do IPCA do IBGE, Eulina Nunes, "há um resíduo de cerca de 1,5% na telefonia para agosto". O motivo é que houve reajuste no dia 21 de julho de 2% no valor da assinatura e de 3% nas tarifas de telefonia fixa para móvel e que ainda não foi totalmente captado. "Não há evidências de que inflação possa ficar perto de zero já que há uma pressão continuada do leite, não vai ter a energia elétrica puxando tanto para baixo e tem a pressão da telefonia", disse ela.
Assim, a inflação deste mês possivelmente deve superar a de agosto do ano passado, que foi de 0,05%, ampliando a taxa acumulada em 12 meses, que vem se acelerando a cada mês. Eulina observou que o IPCA em 12 meses subiu da faixa de cerca de 3% em que se situou nos períodos terminados em fevereiro, março e abril, para 3,18% em maio, 3,69% em junho e 3,74% em julho.
Fatores que influíram para segurar o IPCA em julho, como energia elétrica e álcool, devem ter efeito menor em agosto. A queda de 9,12% na tarifa de energia elétrica em São Paulo foi no início de julho e o resíduo para agosto, segundo Eulina, "é só um pouquinho". O álcool desacelerou a queda de 12,35%, em junho, para 6,96% em julho. "Por esses dados, dá para perceber que o álcool está caindo em um ritmo menor, embora a queda seja grande", afirmou.
O item leite e derivados sozinho subiu 11,31%, respondendo por 0,24 ponto percentual da inflação de 0,24% em julho. Os outros alimentos contribuíram com mais 0,03 ponto porcentual e os produtos não alimentícios com menos 0,03 ponto percentual. Eulina lembrou que além de ser um período de entressafra do leite, há um grande aumento da demanda pelo leite, tanto internacional, principalmente da China, quanto doméstica. Adicionalmente, grandes produtores como a Austrália tiveram quebra da safra de leite.
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