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quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Queda de participação no mercado de cervejas preocupa AmBev


O Globo Online



SÃO PAULO - Apesar de ter elevado o volume de produção de cerveja no segundo trimestre para 15,2 milhões de hectolitros, 4,6% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, a AmBev perdeu um pouco de terreno para os concorrentes. Segundo levantamento da ACNielsen, a fatia de mercado da empresa diminuiu de 68,8% para 67,3% na comparação dos resultados do segundo trimestre de 2006 e 2007.
Nós não estamos satisfeitos com essa queda na nossa participação, disse Luiz Fernando Edmond, principal executivo da companhia, ao comentar os resultados da AmBev no segundo trimestre.
Toda nossa equipe está focada em reverter esse quadro, e sei que temos profissionais qualificados para isso. Em suma, achamos que há espaço para crescermos no mercado e estamos trabalhando para isso.
No mercado de refrigerantes, a AmBev manteve a fatia de mercado de 16,8% na mesma base de avaliação, mesmo com o crescimento excepcional nas vendas da H2OH!, que neste trimestre avançou 11% ante os resultados medidos entre janeiro e março de 2007.
Podem falar o que quiserem, mas as vendas da H2OH! continuam crescendo. Não me lembro de nenhuma marca que tenha conseguido desempenho semelhante logo depois de ser lançada, disse Edmond a respeito de comentários do mercado de que as vendas do refrigerante não iriam tão bem como no primeiro trimestre.
Nos resultados do segundo trimestre divulgados hoje, a AmBev anunciou que seu lucro líquido caiu 7,2% na comparação com o mesmo período ano anterior, para R$ 448,7 milhões. Segundo o executivo, esse resultado foi prejudicado pelas despesas com amortização dos ágios nas aquisições da canadense Labatt, da argentina Quinsa e da brasileira Cintra. Essas amortizações, disse Edmond, continuarão interferindo nos lucros da companhia até 2016, quando termina o contrato de aquisição da Quinsa. O lucro líquido da companhia também teria sofrido impacto negativo da valorização do real frente ao dólar, influenciando os investimentos em moeda estrangeira da empresa.
O nosso parâmetro importante é o resultado operacional, já que essas amortizações têm reflexo zero no nosso caixa, disse o executivo. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) da empresa ficou 16,5% acima do registrado no segundo trimestre de 2006, em R$ 1,848 bilhão. Entre os fatores destacados por Edmond para explicar a alta, estão o aumento de volume comercializado, o crescimento nas vendas das marcas de maior valor agregado, como as cervejas premium, o avanço da H2OH!, o reajuste de preços e a manutenção do custo de produção nos mesmos níveis do ano passado. A margem Ebitda foi de 39,3% para 40,8%, na mesma comparação.
Esse crescimento de 16,5% no Ebitda foi ainda mais comemorado porque a empresa partia de uma base comparativa considerada alta, das vendas para a Copa do Mundo realizada no ano passado.
Os números do segundo trimestre reiteram nossa confiança de crescimento em 2007, disse o executivo que não quis fazer projeções.


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