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quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Os desafios do varejo

Ricardo Marti

Você acredita que as vendas do varejo vão crescer este ano? Você se acha pronto para competir e ganhar mercado? Quais estratégias você pretende adotar? Por que alguns varejistas conseguem atrair milhares de consumidores e outros não? Um novo ano se desponta e os varejistas discutem os últimos ajustes das ações planejadas em busca de crescimento, com a certeza de que o varejo está a cada dia mais dinâmico e desafiador. Nessa aldeia global a competição pela conquista da atenção e do bolso do consumidor deverá ser o principal desafio dos que pretendem ocupar o podium.
O varejo, ao longo dos últimos anos, vem enfrentando, adaptando e superando desafios sublimes. Porém, ele parece ter sempre mais um coelho na cartola. Nas últimas décadas, o varejista deixou de ter somente a loja do vizinho como concorrente para enfrentar, também, novos adversários como a internet, televisão a cabo, comunicação por rádio (nextel), celular, computador, lazer, a falta de tempo do cliente etc. Todas essas novidades desviaram o dinheiro que antes eram gastos nas lojas.
O maior concorrente do lojista não é mais a loja da esquina e sim os gerentes e funcionários da loja da esquina
Mas, afinal de contas, qual é o principal concorrente do varejista atualmente? Podemos eleger muitos tipos, mas que fique claro que os estabelecimentos continuam e continuarão concorrendo em seus segmentos. O que de fato mudou, e que não deve ser subestimado, é que o maior concorrente do lojista não é mais a loja da esquina e sim os gerentes e funcionários da loja da esquina. Aquele que conseguir agregar mais serviço e oferecer o melhor atendimento vencerá.
Aprendemos durante anos que os quatros Ps (preço, produto, ponto, publicidade/promoção) eram a base para o sucesso do negócio. No entanto, os gurus do marketing apontam outros dois, sem os quais não haverá sucesso: pessoas e paixão. Precisamos considerar que os custos dos melhores pontos estão empurrando o varejista para locais mais distantes dos consumidores. O preço elevado da mídia é proibitivo para o comerciante de pequeno e médio porte. Os produtos estão nivelados pela qualidade e pelo preço. O diferencial fica por conta de equipes de vendas bem treinadas capaz de transformar curiosos em compradores.
O varejista que desejar se manter nos melhores pontos terá de aumentar o volume de vendas e reduzir significativamente os custos operacionais. Neste caso, um dos caminhos a trilhar é reduzir o tamanho da loja. Porém, com vitrines de dois a três metros de extensão, os clientes levarão menos de meio minuto para cruzá-la. Uma pequena parte deles irá parar para olhar. Uma parte menor ainda arriscará entrar para saber mais. E poucos irão comprar voluntariamente. Daí, a dica para que sua vitrine seja atrativa e que do lado de dentro estejam verdadeiros consultores de vendas substituindo antigos e preconceituosos vendedores. Agindo assim, o varejista conseguirá aumentar o fluxo de loja e, conseqüentemente, otimizar a perseguida taxa de conversão em vendas.
“Serviços ao cliente não consistem em satisfação, mas sim em deslumbre”.
Chip Bell
Contextualizando, podemos abstrair que o varejo, até algum tempo atrás, perseguiu grandes volumes de vendas tendo como atrativos a qualidade e o designer dos produtos. Em seguida, passou a buscar venda por m2 tendo como “pano de fundo” preços baixos para só então chegar à fase atual que é vender experiência agradável. O que muda é que neste novo cenário o cliente compra primeiro o consultor de vendas, em seguida a marca e a loja e, somente depois disso é que comprará o produto.
Dicas de sucesso:
* Busque investir no público de terceira idade, pois ele é o que mais cresce atualmente no Brasil;
* Atenção às classes C, D e E. Juntas elas representam 48% do consumo nacional;
* Desenvolva mecanismos que facilite o crédito. Quando a grana está curta o crédito poderá ser uma ótima opção para incrementar vendas;
* Invista na sua equipe. Consultores de vendas bem treinados em atendimento, técnicas de vendas e negociação podem fazer a diferença;
* Tecnologia assistida. Com lojas menores o lojista pode optar pelos melhores pontos e instalar no seu interior terminais de vendas (utilizando a internet);
* Facilite a experiência de compra. Se possível, permita que o cliente conheça o produto antes de comprá-lo. Ex: fábrica de brinquedos que criam espaço para as crianças brincarem;
* Busque a fidelização dos clientes: conhecer bem o consumidor (estilo de vida, comportamento, hobby etc) pode ajudá-lo a otimizar a verba de propaganda;
* Respeito aos padrões morais e éticos. Exploração do trabalho infantil, produto que agride o meio ambiente etc, podem causar enormes danos à imagem do negócio;
* Cultive ambiente atrativo: cuidar da iluminação, cores, piso, limpeza e selecionar as músicas adequadas para a loja podem ser um apelo importante para conquistar a atenção do cliente;
* Escolha do local. Ao escolher o ponto, foque o segmento de mercado que deseja atuar;
* Agregue serviços ao produto. Oferecer comodidade ao cliente como, por exemplo, computadores com internet e serviço de transporte para buscar e levar os clientes são apreciados.
Pense nisso e muito sucesso,

Evaldo Costa

Escritor, Consultor, Conferencista e Professor.
Autor dos livros: “Alavancando resultados através da gestão da qualidade”, “Como Garantir Três Vendas Extras Por Dia” e co-autor do livro “Gigantes das Vendas”
E-mail: evaldocosta@evaldocosta.com.br

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