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quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Vale demite 1.300 empregados para se adequar à crise

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Vale informou nesta quarta-feira que vai demitir 1.300 empregados no mundo inteiro devido à retração da demanda mundial, que vem reduzindo o volume de vendas da companhia.
Desse total, 20 por cento trabalham no Estado de Minas Gerais, onde ficam algumas das minas da companhia.
Segundo a área de comunicação da mineradora, 5,5 mil empregados serão colocados em férias coletivas até fevereiro em sistema de rodízio, 80 por cento deles pertencentes ao quadro de trabalhadores de Minas Gerais. Mais 1.200 empregados serão realocados em outras funções depois de treinados.
A Vale, maior produtora de minério de ferro do mundo, possui 62 mil empregados e está presente em todos os continentes. Em outubro a empresa anunciou uma redução de 10 por cento na produção de minério de ferro, devido à queda na demanda global pela commodity, matéria-prima do aço.
"Não vai haver demissão indiscriminada. É um esforço na tentativa de se adequar às reduções de encomendas de siderúrgicas", disse uma assessora da Vale.
Um executivo da empresa disse nesta quarta-feira, em Paris, que não espera alta de preços para o minério de ferro em 2009 por conta da desaceleração econômica global.
"Nós temos uma crise de crédito, contração na economia, grandes processos de redução de estoques de matérias-primas em andamento e a demanda está realmente fraca", afirmou mais cedo Fidel Blanco, diretor administrativo de vendas de minério de ferro da Vale durante conferência em Paris.
Nas últimas semanas, várias siderúrgicas anunciaram corte de produção de aço e acordos com mineradoras, entre elas a Vale, para redução de embarques de minério.
A ArcelorMittal, principal cliente da mineradora brasileira, anunciou semana passada a demissão de 9 mil empregados em resposta à crise.
Em 2008, a Vale obteve aumento entre 65 e 71 por cento para o minério, abaixo das rivais BHP e Rio Tinto, e pretendia conseguir recuperar a diferença ainda este ano, iniciativa que foi frustrada pelo agravamento da crise no segundo semestre.
As ações da companhia operavam em queda de 0,5 por cento por volta das 14h35, enquanto o Ibovespa operava estável.
(Por Denise Luna; Edição de Marcelo Teixeira)

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