Disputa nas lingeries contra cheiros e suor
Valor Econômico
No reforço do marketing da higiene está a Microban, empresa americana que fornece a proteção contra bactérias para indústrias como a Consul (filtros), a Merheje (alicates de unha), a Tramontina (facas), a Soprano (termopratos) e a Plasútil (utilidades de plástico). A tecnologia é incorporada durante o processo de fabricação, explica Toshiaki Ouchi, diretor da Microban no Brasil. "No caso de uma utilidade plástica, por exemplo, nós fornecemos uma fórmula líquida adicionada aos componentes que darão cor ao produto", diz o executivo. O procedimento pode encarecer a matéria-prima em até 7%.
Mas, segundo as fabricantes, vale a pena. "Aumentamos nossa venda em 7% desde o lançamento do produto, em março, e conquistamos diferencial frente aos importados", diz a assessora de marketing da Merheje, Carolina Teles. A Soprano, que oferece marmitas com a tecnologia da Microban, também está satisfeita. "Nossas vendas cresceram 16% desde que o produto foi lançado, no começo de 2006", afirma Janaína Miotti, coordenadora corporativa.
No Brasil há três anos, a Microban já pretende quase dobrar o seu faturamento este ano, para US$ 3,5 milhões (no ano passado, foram US$ 2 milhões). A empresa não divulga sua receita global. Entre seus principais clientes no exterior, estão a Oakley (fornece proteção às sandálias da marca), a Dupont (purificadores de água) e a Johnson & Johnson (escovas dentais).
A próxima aposta da Microban no Brasil será no setor têxtil. "Estamos fazendo testes com lingeries e meias", diz. O desafio, segundo Ouchi, é garantir que a proteção permaneça no tecido o maior número de lavagens possível - o que, pela experiência da Microban, pode girar em torno de 80.
Neste segmento, a companhia já enfrentará concorrência. A Rhodia lançou a segunda geração do fio de náilon com proteção contra ácaros e bactérias. "Nosso produto tem efeito permanente, independente do número de lavagens", provoca o diretor da área de fios têxteis da Rhodia, Francisco Ferraroli.
A Liz será uma das primeiras a testar a nova tecnologia da Rhodia. A fabricante de lingerie já usa o primeiro fio bacteriostático lançado pela empresa em 2002. "Nós usamos o fio na coleção 'Under Control', de bodies, semibodies e bermudas, que hoje respondem por 12% do faturamento", diz Lígia Buonamici, diretora de marketing da Liz. "São peças usadas embaixo da roupa e impedem o cheiro de suor, o que é um grande diferencial", afirma. Agora, com o novo fio, será possível oferecer uma lingerie completamente branca, que custará 8% mais. (D.M.)
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