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quinta-feira, 26 de junho de 2008

Venda porta a porta ganha impulso

Ângela Cavalcante Diário do Nordeste, Fortaleza - CE, Negócios, 06

Segunda melhor data do varejo, o Dia das Mães garante incremento também para as vendas diretas, que podem crescer até 50% em comparação a outros meses do ano. Em franca expansão, o setor registrou no ano passado crescimento de 66% sobre o número de representantes que atuavam em 2001, indicando que nos últimos seis anos o total de vendedores diretos passou de 1,127 milhão para 1,879 milhão. Oportunidade para quem deseja complementar a renda da família sem ter que arcar com investimento em ponto de venda ou depender de alto capital de giro, nem disponibilizar tempo exclusivo, a venda direta, de acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD), gera em média, para cada representante, um salário mínimo e meio por mês, podendo dobrar os pedidos em datas comemorativas como Natal, Dia das Mães e Dia dos Namorados. O motivo do incremento é explicado também pelo aumento do consumo das classes C, D e E, que encontram mais vantagens em comprar por catálogos. "Conhecendo a vendedora, a gente pode até comprar parcelado, sem precisar comprovar renda e independente de estar com o nome no SPC. Além disso, hoje se vende de tudo por catálogo, da perfumaria ao utensílio doméstico, da roupa ao calçado. Ou seja, não falta opção para presentear", afirma a professora, Maria de Sousa, compradora assídua de produtos Avon e Natura, marcas que figuram entre os 41 associados da ABEVD. A confiança entre revendedor e cliente é o que faz a diferença na venda direta. Ao contrário do passado, a forma de venda dos representantes deixou de ser o tradicional "de porta em porta". A clientela é garantida pela indicação entre amigos, passando o atendimento a ocorrer mais em locais de trabalho ou estudo. No domicílio, só quando o cliente solicita. Mesmo sem vínculo empregatício com as empresas que representam, a qualidade do atendimento não deixa a desejar. A maioria dos vendedores recebe treinamento de técnicas de venda e persuasão e participa de oficinas para se familiarizar com os produtos da marca. A profissão é regulamentada por lei e o revendedores podem recolher contribuição para a Previdência Social como autônomos e garantir o recebimento de aposentadoria no futuro. O presidente da entidade, Rodolfo Guttilla, calcula que 94% dos vendedores diretos são mulheres, geralmente donas de casa, aposentadas e professoras. Guttilla estima que 80% têm de 18 a 49 anos.
Vendedoras projetam renda maior
Um incremento de 30% nas vendas dos produtos Natura é o que espera a consultora Ana Paula Cândido da Silva, de 41 anos, para o Dia das Mães. Há dez anos, a secretária complementa sua renda com a venda da marca. "Conheci a Natura como cliente, então passei a trabalhar como consultora. Hoje faturo por mês R$ 500 só com essa atividade. Também continuo usando os produtos. Com o Dia das Mães, espero chegar a R$ 650", projeta. A meta para ela é simples de ser alcançada. "Além da credibilidade da marca, também procuro oferecer kits bem acessíveis. Fora as opções tradicionais, eu junto produtos, acrescento brindes, de forma a deixar o presente mais exclusivo ou com menor preço. Para presentear a mãe tenho modelos a partir de R$ 15", afirma. Para não ser pega de surpresa quando solicitada pelos clientes, a consultora mantém estoque dos produtos mais procurados, como sabonetes, hidratantes e óleos. Para agilizar a entrega dos pedidos, ela também faz parceria com outras consultoras. "Quando o cliente não pode esperar o prazo normal, em torno de 10 dias, consigo os produtos com outras colegas. Sempre uso a criatividade para atender melhor e aumentar as minhas vendas". Outra vendedora, a funcionária pública e professora Ana Maria Anselmo, de 47 anos, está confiante com as vendas de produtos Avon nesse Dia das Mães. "A campanha está maravilhosa. Acho que dá para vender 50% a mais este mês", planeja a revendedora, que há três anos trabalha com a marca. Segundo ela, em meses normais fatura entre R$ 300 e R$ 500 só com as vendas da Avon. "Mantenho um estoque em casa para a comodidade dos meus clientes. Por isso, sempre prefiro tirar em produtos o meu adicional de vendas. Acho mais proveitoso, principalmente maquiagem, que é o que mais vendo", observa Ana Maria, que garante ser também usuária dos produtos. "A gente tem que vender o que acredita. Esse é o segredo", afirma. Outra dica é nunca perder uma oportunidade para vender. "Agora nessa época de chuvas, quando os shoppings estão mais lotados do que nunca, procurar a revendedora Avon pode ser melhor negócio", sugere.

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