Pesquisar este blog

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Aquele em que Rachel fuma


Por Marcelo Miyashita*
Fumar em ambientes fechados sempre foi tratado como uma questão ética, dos costumes e que demonstra o respeito (ou desrespeito) do fumante com o não-fumante. Agora (com a aprovação da lei antifumo) é uma questão legal. O que só aumenta o grau de exigência e insatisfação dos não-fumantes com os fumantes que insistem em tratar o fumo como um caso de liberdade de expressão. Isso é mais evidente em restaurantes e casas noturnas. Em empresas, os fumantes são mais conscientes. Porém, generalizando, mais para seguir um regulamento do que sua consciência.
Mas, a cada ano e nova lei, vejo que os fumantes estão mesmo evoluindo e tratando seu hábito e sua relação com os não-fumantes como uma questão ética. Isso é muito bom para o relacionamento entre fumantes e não-fumantes, e, num ambiente corporativo, onde há convívio diário entre as pessoas, entender que cada um respeita o outro, dentro de seus hábitos, pode contribuir para um clima mais harmonioso. Ou, no mínimo, evitar o leve incômodo que pode marcar a relação.
Clima organizacional é um fator importante e sofre muita influência das pessoas que agem em cada área. Cabe ao gestor e aos líderes compreender que é preciso, além de alimentar um bom clima, trabalhar para evitar incômodos desnecessários. Um ponto interessante é que a empresa ao liberar os funcionários para fumar na rua ou em ambientes abertos e, logo, fornecer um breve tempo para a prática do hábito acaba estimulando uma aproximação e um relacionamento entre os não-fumantes, pois, para uma relação surgir, além de um bom clima, é necessário tempo e espaço.
Com esses três elementos, que podem ser fornecidos pela organização, mais o convívio diário em função do trabalho, e associado à empatia e suas questões humanas que fazem um gostar do outro, fazem criar uma constatação interessante: talvez os não-fumantes de uma empresa não se conheçam, mas, certamente, os fumantes se conhecem.
Isso me faz lembrar um episódio da série "Friends" em que a personagem Rachel acaba se tornando uma fumante para se aproximar da sua chefe e participar de muitas decisões que são tomadas enquanto os fumantes fazem suas paradinhas e os não-fumantes continuam trabalhando (Friends, 5ª temporada, episódio 18 ""). Já que a paradinha é permitida aos fumantes, por que não estender aos não-fumantes?
Há empresas que já praticam o coffee-break de 15 minutos de manhã e à tarde, todos os dias. Fornecer tempo, espaço e clima, por si só, não é garantia de relacionamento entre funcionários. Mas já é um passo. E pessoas que se relacionam tendem a se ajudar, colaborar, comprometer e confiar mais uma nas outras. E o trabalho só ganha com isso.
* Marcelo Miyashita é consultor e palestrante da Miyashita Consulting e colunista do Mundo do Marketing. É professor de pós-graduação e MBA, e leciona nas instituições: Cásper Líbero, FGV EAESP GVpec, PUC-SP COGEAE, Madia Marketing School, Trevisan, IMES e IBModa.

Um comentário:

lourdes disse...

Espero que essa lei faça com q os fumantes se consientizem, é muito chato pra uma pessoa que não fume ter q ficar aturando esses engraçadinhos q além de esta prejudicando a própria saúde , fica poluindo o ar e as pessoas tb. hoje a maioria dos restaurantes já possuiem ambientes reservados aos fumantes.