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sábado, 22 de setembro de 2007

Cartões do varejo movimentam processadoras


Redes de comércio ainda não terceirizam e por isso estão no foco das empresas de TI. O setor de tecnologia da informação está de olho no crescimento dos chamados cartões private label, os de marca própria, principalmente de grandes varejistas. Boa parte da demanda do segmento para os fornecedores de TI deve vir dos tradicionais serviços de processamento de cartões, mas também começam a aparecer novos modelos como a substituição do dinheiro de plástico pelo telefone celular. A base de cartões de loja e de rede no Brasil cresceu 19%, saltando de 107 milhões em junho de 2006 para 128 milhões ao fim do primeiro semestre, segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (ABECS). O volume de operações avançou 17%, de 308 milhões para 360 milhões, enquanto o valor das compras subiu de R$ 15,2 bilhões para R$ 17,8 bilhões na mesma comparação. "Estamos experimentando um fenômeno semelhante ao que aconteceu nos Estados Undidos na década de 70, onde o comércio emitia grande volume de cartões", afirma o diretor da EDS ao segmento financeiro, Joaquim Silveira. No Brasil, no entanto, a principal tendência hoje no segmento são as parcerias entre bancos e redes varejistas para oferecer cartões híbridos, unindo débito e o crédito aos private label. Um exmplo é o de Casas Bahia, que tem um cartão que dá descontos nas lojas da rede, é administrado pelo Bradesco e carrega a bandeira Visa, podendo ser utilizado em qualquer estabelecimento que aceite a última marca. Com a entrada das instituições financeiras, que precisam cumprir uma série de regulamentações, e o aumento de escala, crescem as oportunidades de terceirização de serviços de processamento de cartões, ainda realizado internamente pelo varejo ou por pequenos forcedores da área. O Carrefour está em processo de implantação de um cartão próprio com processamento terceirizado para a CSU CardSystem, no que será o principal projeto para marca própria da empresa de tecnologia brasileira. Segundo o diretor executivo da CSU, Wanderval Alencar, o interesse das varejistas em ter uma parceria com as bandeiras é em poder oferecer serviços financeiros, como crédito e saque, além de aumentar a taxa de ativação. "Temos mais de 200 clientes de private label", diz. "Dos 15 milhões de cartões que gerenciamos, 3,3 milhões são private, sem contabilizar o projeto do Carrefour." Dos 128 milhões cartões privados no País, menos de 20 milhões são processados fora das varejistas, diz Álvaro Musa, sócio-diretor da Partner Consultoria, especializada em cartões e crédito ao consumidor. Ele estima que pelo menos outros 30 milhões podem passar para terceiros até o fim do ano que vem. Isso atrai empresas de outros segmentos, como a Smart.Net, que avalia a entrada no mercado (ver texto abaixo). Com clientes no segmento financeiro, a EDS já processa 4,5 milhões de cartões e 2,1 bilhões de transações por ano no Brasil, atendendo a empresas como a Visanet. A partir de agora, também busca uma fatia nas rede varejista com uma plataforma desenvolvida no Brasil para a terceirização do processamento de cartões private label. A companhia negocia com três potenciais clientes para atingir um volume "razoável" até o final de 2008, segundo Silveira. A expectativa é atrair 10 milhões de cartões no período. "A companhia cresce 20% ao ano com serviços de processamento de cartões. Temos como meta dobrar de tamanho nesse segmento e metade desse crescimento deve vir do varejo", diz. A Interchange é outra interessada na área. Conhecida por sua atuação na troca eletrônica de documentos, a empresa diversifica seu portfólio e passa a oferecer a varejistas um novo modelo que substitui o cartão pelo celular. Uma grande rede já comprou a idéia e deve iniciar piloto, diz o diretor da área de desenvolvimento de novos negócios, André Sonnenburg, sem revelar nomes. "Esperamos atingir uma base entre 3,5 milhões e 4 milhões de usuários até o fim de 2010", afirma o executivo, acrescentando que o modelo via celular tem custos de implantação, manutenção e operação 25% inferiores ao do cartão.

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