A nova cara do poder global
Dono de um dos maiores conglomerados industriais do planeta, o indiano Ratan Tata é o símbolo dos empresários de países emergentes que estão conquistando o mundo.
O trânsito na região de Fort, o coração financeiro de Mumbai, na Índia, estava mais complicado que o de costume na tarde quente e abafada do dia 14 de agosto. Uma das principais ruas do bairro tinha sido bloqueada pela polícia, e curiosos se aglomeravam em frente a um suntuoso prédio em estilo vitoriano construído em 1922. Na entrada, o tapete vermelho remetia ao clima das festas de lançamento dos filmes de Bollywood, a popular indústria de cinema do país. A estrela do dia chegou a bordo de um Mercedes, sendo cercada imediatamente pela multidão de jornalistas que a aguardavam. A pessoa capaz de despertar tanto interesse era o empresário Ratan Tata, de 69 anos, dono do grupo Tata. Ele estava ali para cortar a fita de inauguração da nova sede da Tata Consultancy Services (TCS), a maior software house da Ásia e peça importante da miríade de negócios que assumiu, nos últimos anos, a forma de um dos principais conglomerados industriais do planeta.
Até 2010, apenas a TCS, com seus 100 000 funcionários espalhados pelo mundo, deve faturar 10 bilhões de dólares por ano. Quando chegar a esse patamar, ela será uma das dez maiores do mundo em seu mercado. A nova sede corporativa da empresa, instalada em um edifício tombado pelo patrimônio histórico, manteve a fachada antiga do prédio, mas o interior foi totalmente modificado. As mesas dos funcionários são equipadas com computadores de última geração e as paredes são decoradas com obras de artistas indianos. As 300 pessoas que trabalham ali têm à disposição uma sacada com vista para um parque da cidade, onde podem relaxar durante o expediente. Para Tata, voltar àquele prédio é como retornar para casa. "Cresci aqui neste bairro", disse ele, emocionado, durante a inauguração. "Tenho ótimas memórias daqui."
Mais do que o maior empresário indiano, Ratan Tata é a personificação de uma mudança sem precedentes do capitalismo mundial. Pouco tempo atrás, o poder de homens como ele estava confinado aos limites do próprio país, no máximo de sua região. É como se disputassem uma espécie de campeonato da segunda divisão da economia mundial. Graças ao aprofundamento da globalização, em pouco mais de uma década esse poder -- observado sob a forma de aquisições de companhias tradicionais, expansões e investimentos -- espalhou-se pelo planeta. Hoje, Tata -- assim como alguns outros indianos, chineses, russos, mexicanos e brasileiros -- desperta a admiração e o temor dos empresários de países muito mais desenvolvidos. "Tata é a mistura indiana do ex-presidente da GE Jack Welch com o investidor Warren Buffett", disse a EXAME Robyn Meredith, correspondente da revista americana Forbes em Hong Kong e autora do livro O Elefante e o Dragão, sobre o crescimento da Índia e da China. Quando o empresário assumiu o comando do grupo Tata, em 1991, as vendas somavam 3 bilhões de dólares por ano e o risco de ser engolido por multinacionais estrangeiras era tido como alto. Dezesseis anos depois, o grupo possui 96 empresas, espalhadas por 120 países. Emprega 246 000 pessoas -- 13% dos postos de trabalho oferecidos pelas 500 maiores empresas do Brasil segundo o anuário Melhores e Maiores, de EXAME. Seu faturamento, de 48 bilhões de dólares, equivale a 4,8% do PIB indiano e supera o de gigantes do capitalismo ocidental, como a americana Microsoft e a alemã Bayer.
Até 2010, apenas a TCS, com seus 100 000 funcionários espalhados pelo mundo, deve faturar 10 bilhões de dólares por ano. Quando chegar a esse patamar, ela será uma das dez maiores do mundo em seu mercado. A nova sede corporativa da empresa, instalada em um edifício tombado pelo patrimônio histórico, manteve a fachada antiga do prédio, mas o interior foi totalmente modificado. As mesas dos funcionários são equipadas com computadores de última geração e as paredes são decoradas com obras de artistas indianos. As 300 pessoas que trabalham ali têm à disposição uma sacada com vista para um parque da cidade, onde podem relaxar durante o expediente. Para Tata, voltar àquele prédio é como retornar para casa. "Cresci aqui neste bairro", disse ele, emocionado, durante a inauguração. "Tenho ótimas memórias daqui."
Mais do que o maior empresário indiano, Ratan Tata é a personificação de uma mudança sem precedentes do capitalismo mundial. Pouco tempo atrás, o poder de homens como ele estava confinado aos limites do próprio país, no máximo de sua região. É como se disputassem uma espécie de campeonato da segunda divisão da economia mundial. Graças ao aprofundamento da globalização, em pouco mais de uma década esse poder -- observado sob a forma de aquisições de companhias tradicionais, expansões e investimentos -- espalhou-se pelo planeta. Hoje, Tata -- assim como alguns outros indianos, chineses, russos, mexicanos e brasileiros -- desperta a admiração e o temor dos empresários de países muito mais desenvolvidos. "Tata é a mistura indiana do ex-presidente da GE Jack Welch com o investidor Warren Buffett", disse a EXAME Robyn Meredith, correspondente da revista americana Forbes em Hong Kong e autora do livro O Elefante e o Dragão, sobre o crescimento da Índia e da China. Quando o empresário assumiu o comando do grupo Tata, em 1991, as vendas somavam 3 bilhões de dólares por ano e o risco de ser engolido por multinacionais estrangeiras era tido como alto. Dezesseis anos depois, o grupo possui 96 empresas, espalhadas por 120 países. Emprega 246 000 pessoas -- 13% dos postos de trabalho oferecidos pelas 500 maiores empresas do Brasil segundo o anuário Melhores e Maiores, de EXAME. Seu faturamento, de 48 bilhões de dólares, equivale a 4,8% do PIB indiano e supera o de gigantes do capitalismo ocidental, como a americana Microsoft e a alemã Bayer.
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