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sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Um fenômeno até na China


Nenhuma outra cidade do país - e do mundo - cresce atualmente no mesmo ritmo econômico das emergentes Changchun e Guangzhou.


Em razão de seu invejável ciclo de prosperidade econômica, a China é hoje um território onde centros urbanos brotam praticamente do nada e pequenos vilarejos transfiguram-se rapidamente em pujantes metrópoles. O país que cresce num ritmo de dois dígitos anuais abriga os dois maiores fenômenos urbanísticos do planeta no momento -- os municípios de Guangzhou e Changchun. Segundo um estudo recente elaborado pela consultoria PricewaterhouseCoopers, elas são atualmente as cidades que crescem mais rápido no mundo. Até 2020, devem manter uma média de 6,9% de evolução do PIB ao ano, a melhor entre as 151 localidades avaliadas pela pesquisa. Todas as outras campeãs do levantamento são asiáticas, como Hanói, a capital do Vietnã (entre as brasileiras da lista, a que apresenta maior velocidade de crescimento é Brasília, com taxa estimada em 5% de crescimento do PIB). Guangzhou e Changchun já são cidades de médio porte, com 8,4 milhões e 3 milhões de habitantes, respectivamente (veja quadro na pág. 74). Seu desenvolvimento, portanto, não vai ocorrer sobre uma base pequena. Caso as previsões se confirmem, o PIB de Guangzhou deve quase triplicar no período, chegando a 227 bilhões de dólares, marca próxima à de uma metrópole como São Paulo. Fenômeno semelhante deve ocorrer com Changchun, mas numa escala um pouco menor. "O avanço dessas cidades simboliza o êxito econômico da China", afirmou a EXAME o consultor John C. Hawksworth, coordenador do estudo da Price.
As campeãs mundiais de crescimento têm histórias bastante distintas. Fundada há mais de 2 000 anos, Guangzhou está numa das regiões mais prósperas do país, a zona costeira leste, a quase 3 horas de Hong Kong. Na Antiguidade, Guangzhou era uma das principais paradas da Rota da Seda e figurava entre as metrópoles mais populosas do mundo. Com o declínio dessa rota de comércio entre a Europa e a China, Guangzhou entrou num período de estagnação. Graças ao processo de abertura da economia chinesa, porém, voltou a ocupar um lugar de destaque, perdendo em importância hoje na China apenas para Pequim e Xangai. A cidade é um dos maiores centros comerciais do país e uma porta importante de entrada de negócios. O porto de Guangzhou é o quinto maior do mundo em volume de carga -- mais de 300 milhões de toneladas em 2006 --, e seu aeroporto é um dos três maiores da China continental. A cidade também é palco da célebre Feira de Cantão, o maior evento de negócios da China. Em sua última edição, realizada em abril, a feira reuniu cerca de 12 000 expositores e 200 000 visitantes. Graças a seu potencial turístico, Guangzhou foi escolhida para sediar os Jogos Asiáticos de 2010. Por causa disso, nos próximos dois anos 100 novos hotéis devem ser inaugurados na cidade, a maior parte deles por iniciativa de grupos estrangeiros, como o americano Ritz-Carlton. "Guangzhou cresce muito rápido. Torres grandes são erguidas e construções antigas demolidas a todo momento", afirma o empresário paranaense Floresval Vivian, que visitou a Feira de Cantão no começo deste ano.

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