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quinta-feira, 5 de abril de 2007

Entramos no jogo


Por José Roberto Caetano
EXAME O Brasil melhorou suas condições para disputar um mercado mundial que deve movimentar 50 bilhões de dólares neste ano e é dominado com ampla folga pela Índia. Trata-se da prestação de serviços de informática contratados por multinacionais americanas e européias fora de suas sedes, o chamado offshore outsourcing. Faz parte desse bolo de negócios, por exemplo, a codificação de programas de computador que milhares de indianos executam para a Microsoft. E também operações como o processamento de folhas de pagamento de indústrias e o suporte a transações bancárias. No ano passado, a exportação brasileira desse tipo de serviços cresceu 37% e rendeu ao país quase 200 milhões de dólares -- ainda quase nada perto do que faturou a Índia, cerca de 31 bilhões. Mas, segundo estudo que acaba de ser divulgado pela consultoria de gestão A.T.Kearney, confrontando a competitividade de 50 países no setor, o Brasil está se apresentando com mais vontade para o jogo. Em relação a estudo semelhante feito dois anos atrás, o país conquistou cinco posições no ranking -- é agora o quinto colocado.
"É uma ótima notícia para o Brasil", diz o americano Mark Livingston, presidente da subsidiária local da A.T.Kearney. "O país tem um grande potencial para avançar nos negócios desse setor." O estudo da consultoria avalia, país por país, 40 indicadores em três áreas: custo e atratividade financeira, qualificação das empresas e profissionais, e ambiente de negócios. O que permitiu ao Brasil subir no ranking foi principalmente a melhoria da competência do setor. No ano passado, o país foi o primeiro colocado em número de empresas que obtiveram certificados de qualidade. Também se destacou em número de diplomados em faculdades de computação e áreas afins, ficando em quinto lugar. O tamanho do mercado interno ajuda a aumentar a competitividade. Segundo levantamento feito pelo instituto de pesquisa IDC em parceira com a Associação Brasileira de Empresas de Software (Abes), o mercado doméstico de serviços e software, de 9 bilhões de dólares em 2006, é o 13o do mundo, bem próximo ao da China, 11a colocada -- nesse caso, a Índia nem figura entre os 15 primeiros do ranking. O mercado brasileiro teve crescimento real de 12% sobre o ano anterior. A consultoria Accenture, por exemplo, pretende ampliar de 700 para 2 000 o número de funcionários neste ano. "Estamos contratando fortemente para atender à demanda crescente", diz Enrique Sotto, sócio da Accenture no Brasil.

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