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quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Amigos emprestam R$ 20 milhões à Daslu

Além de clientes fiéis da Daslu, os amigos de Eliana Tranchesi também estão ajudando a empresária a recuperar as finanças da megaloja de luxo, que viu suas vendas despencarem após a acusação de sonegação fiscal e importação irregular há dois anos. Um grupo formado por quatro ou cinco ricos amigos, entre eles importantes empresários, emprestaram R$ 20 milhões para Eliana saldar dívidas bancárias de curto prazo e reabastecer suas prateleiras com produtos importados.
"Não estamos totalmente recuperados e precisávamos dessa ajuda", diz Eliana Tranchesi, explicando que o empréstimo do "clube de amigos", como ela própria define, poderá ser quitado em um prazo de dez anos, com juros abaixo dos praticados no mercado. "Eles confiam em mim e aceitaram como garantia apenas o meu aval, a minha assinatura. Não existe essa história de que a garantia seria 80% das ações. A Daslu não foi vendida", afirma a empresária.
Segundo ela, atualmente o valor do endividamento da Daslu com bancos é "baixo". Dentre as instituições financeiras que aceitaram alongar o prazo da dívida, cujo valor ela não revela, está o HSBC.
A fim de não ter seus nomes revelados no empréstimo, os amigos de Eliana optaram por criar um fundo de investimento. Este foi formatado pelo escritório de advocacia Machado, Meyer, Sendacz e Opice - o mesmo que está assessorando a Daslu no projeto de abertura de uma loja no Shopping Cidade Jardim, empreendimento de alto padrão da JHSF.
"Essa operação financeira (o empréstimo de R$ 20 milhões) está devidamente registrada nos nossos balanços e pode ser checada no Banco Central", disse Hayrton de Campos, diretor financeiro da Daslu, que tem em seu currículo uma passagem profissional pela rede de concessionárias Itavema.
Um dos integrantes do clube de amigos de Eliana é o presidente do Grupo Itavema, Mário Sérgio Moreira Franco. Segundo o Valor apurou, o grupo de amigos conta ainda com a participação do presidente da Cosan, Rubens Ometto, e do advogado André De Vivo. Ele é sócio do escritório De Vivo, Whitaker e Castro, contratado pela família Constantino no processo de abertura de capital da companhia aérea Gol.
Esses executivos vêm acompanhando de perto a crise da Daslu desde que a Operação Narciso foi deflagrada. Entre 2005 e 2006, segundo o Valor apurou, vários empresários, como Décio Goldfarb, presidente da Lojas Marisa, colocaram dinheiro na butique de luxo para amenizar a queda no faturamento da loja que saiu de R$ 250 milhões, em dezembro de 2004, para R$ 170 milhões no ano passado.
Goldfarb e Franco negam que tenham emprestado dinheiro à dona da Daslu. "Eu tenho ajudado a Eliana apenas em assuntos administrativos", disse o presidente do Grupo Itavema, que possui uma rede de concessionárias cuja receita neste ano pode chegar a R$ 4 bilhões.
Goldfarb informou, por meio de seu advogado, que nunca colocou dinheiro na Daslu e que sua relação com a empresária é estritamente social. Procurado, o advogado De Vivo não se pronunciou.

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