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quarta-feira, 15 de agosto de 2007

A febre imobiliária da internet


Para Pietro Rocchi, proprietário de uma companhia que negocia planos de saúde na região de Jundiaí, no interior de São Paulo, escolher imóveis pela internet virou rotina. Há cerca de quatro anos, o empresário compra apartamentos na capital paulista como uma forma de investimento. Não demorou para ficar claro que a web era a maneira ideal de garimpar as melhores oportunidades. Hoje, Rocchi recebe quase 150 e-mails mensais com detalhes de lançamentos que podem ser de seu interesse, além de dedicar algumas horas semanais a navegar pelos sites das maiores construtoras e incorporadoras do país. Foi assim que ele adquiriu dois apartamentos próximos à avenida Paulista, um na rua Oscar Freire, outro vizinho da avenida Rebouças e um quinto em frente ao Parque do Ibirapuera. O analista de sistemas Daniel Casares, de 25 anos, tem um perfil bem diferente. Em janeiro, decidido a comprar seu primeiro imóvel, ele começou a pesquisar empreendimentos compatíveis com sua renda. Num domingo à tarde, enquanto navegava na internet, entrou na página da construtora Setin e conversou via chat com um atendente que lhe mostrou algumas opções. Nos dias seguintes, recebeu por e-mail informações detalhadas de algumas unidades que atendiam a suas expectativas. Um mês depois, Casares assinava o contrato de compra de um apartamento no bairro do Mo rumbi, em São Paulo.
Assim como Rocchi e Casares, milhares de pessoas estão usando a internet como canal preferencial para procurar e iniciar o processo de compra de imóveis. Não há um número exato, mas cerca de um em cada cinco negócios fechados pelas maiores construtoras e incorporadoras é decorrência de um atendimento que começou online, via chat ou e-mail. Isso fez da web um canal responsável por al go em torno de 2 bilhões de reais em vendas de imóveis residenciais no ano passado apenas na região metropolitana de São Paulo. E não há dúvidas de que esse montante cresce velozmente. Em 2006, a Cyrela, uma das construtoras com atuação mais agressiva na rede, vendeu 200 milhões de reais com o auxílio da internet. Embora a empresa não confirme oficialmente, só na primeira metade deste ano o número saltou para 320 milhões de reais. Esses dados consideram apenas imóveis que de fato começaram a ser negociados online. Embora seja a melhor, essa não é a única forma de medir a dimensão que a internet está tomando para o setor. Muitos apartamentos são descobertos por seus futuros proprietários durante uma navegação nos sites das construtoras, mas, por um ou outro motivo, os interessados preferem estabelecer contato por telefone ou pessoalmente. Um levantamento da Setin mostra que 89% das pessoas que chegam ao plantão de vendas de um imóvel consultaram o produto previamente no website da empresa -- número que, com pequenas variações, repete-se em quase todas as grandes construtoras.


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