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quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Preço dificulta venda da Siciliano

Valor Econômico

Cerca de oito meses se passaram desde que a família Siciliano, junto com o fundo de investimento Darby Overseas (cuja participação na companhia é de 35%), decidiu se desfazer da empresa fundada em 1928. Até agora, no entanto, não houve nenhum pronunciamento oficial. Pelo contrário. É possível que os sócios mudem de direção nos próximos meses.
A família tem, guardado na gaveta há cerca de um semestre, um plano B. Se as negociações não vingarem do jeito que os sócios desejam - principalmente em questão de valor -, a estratégia será reestruturar internamente os dois braços de negócios da companhia, tanto a livraria quanto a editora.
O preço pedido pelos sócios seria o principal impeditivo para que as negociações avancem. Fontes do mercado afirmam que os acionistas estão superestimando o valor da empresa.
A Ediouro está em conversações para comprar a editora e a Saraiva tem interesse pelo varejo (lojas e pontocom). Luiz Fernando Pedroso , diretor superintendente da Ediouro, disse ontem ao Valor que "a oferta pela editora foi feita, oficialmente, há mais de um mês, e até agora, estamos aguardando uma contra-proposta. Aparentemente, foi recusada."
Outra negociação em andamento é a venda da sede da Siciliano, que pode ser fechada ainda este mês. O prédio é localizado no bairro de Pirituba, na zona Norte de São Paulo. A entrada desse capital pode dar um fôlego para a companhia. Além disso, pondera uma fonte do mercado, o segundo semestre é, historicamente, melhor em vendas. Ou seja, um momento adequado para organizar a casa.
Além disso, já foram iniciadas conversas com bancos para discutir possíveis renegociações de dívidas e empréstimos para investimento na empresa. Fontes do mercado afirmam que a dívida da Siciliano com fornecedores e bancos varia de R$ 40 milhões a R$ 50 milhões. Hoje, a livraria está com o crédito cortado com algumas editoras, por exemplo.
Porém, há dúvidas se um novo período de reestruturação seria bem-sucedido. Já existiram tentativas anteriores, mas o problema societário perdura há cerca de nove anos.
Os empresários do setor estão apreensivos quanto ao que vai acontecer, já que a Siciliano é uma das maiores redes de livrarias do país e possui uma política de expor títulos diversificados, oferecendo alternativas aos best-sellers. A empresa é constituída por uma rede de cerca de 60 lojas, uma operação pontocom e uma editora com três selos editoriais.
Em 2005 (último resultado disponível), a receita líquida de vendas atingiu R$ 158 milhões e o prejuízo líquido somou R$ 7,3 milhões - um aumento significativo em relação às perdas de 2004, de R$ 1,9 milhão.

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