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segunda-feira, 19 de março de 2007

A cerveja atrevida





É segunda-feira no Rio de Janeiro. O relógio marca cinco e meia da tarde e lá estão, num bar em Ipanema, Cello Macedo e Marcelo do Rio (à esquerda na foto). Eles poderiam ser dois personagens como muitos na cidade repleta de botecos com seus freqüentadores assíduos, mas não. Cello e Marcelo não estão no bar para beber, mas para vender uma nova experiência de cerveja e de botequim.
Os dois são sócios da Devassa, a cerveja que caiu no gosto dos cariocas e do Bar que virou cult. Num mercado que movimenta mais de R$ 20 bilhões por ano, eles descobriram uma nova forma de beber e de fabricar que está rendendo R$ 26 milhões num cenário em que as grandes cervejarias dominam o negócio. O segredo? Fabricar um produto de qualidade diferenciada e proporcionar uma experiência sensorial de degustação.
Especialistas e amantes de cerveja, Cello e Marcelo criaram a Devassa da necessidade de ter uma bebida com gosto especial que pudessem comercializar em seus bares. Afinal, os dois são sócios de outros estabelecimentos de igual sucesso na Zona Sul Carioca. “Pensávamos num produto diferenciado, com sabor, com personalidade e com uma ‘drincabilidade’ brasileira”, afirma Marcelo do Rio em entrevista ao Mundo do Marketing.
Cerveja Premium e internacionalA cerveja é produzida de forma artesanal, o que confere todo um ar de especialidade, até porque toda matéria prima é bem selecionada e alguns ingredientes importados. Depois de pronta, a bebida é mantida numa câmara fria e só sai dalí para o copo do cliente, pois em todos os bares há uma espécie de frigorífico que mantém a temperatura ideal da cerveja e do chopp. “A nossa cerveja é como o leite que sai direto da vaca”, brinca Cello Macedo.
Antes, a fabricação era terceirizada. Hoje, os sócios já têm a própria fábrica que produz 1,2 milhões de litros por ano a partir de processos diferenciados das cervejarias de grande porte, o que faz toda a diferença. “É uma cerveja especial feita artesanalmente”, deixa claro Macedo.
Para dar vazão à produção, 500 pontos de venda foram igualmente selecionados para comercializar os quatro tipos de cerveja. A bebida, que caiu no gosto das mulheres e de quem é acostumado a beber whisky e destilados por aversão às cervejas tradicionais, é vendida no Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba e Brasília. Isso, sem contar com Estados Unidos e Inglaterra, onde é possível degustar Devassa em muitos pubs. Marca com estiloPor aqui, já são 11 bares que nasceram como plataforma para divulgação da marca e viraram point para todos os tipos de galeras. O primeiro, no Leblon, teve até que sofrer interferência da Prefeitura porque estava fechando a rua, tamanha era a quantidade de pessoas que não estavam despreocupadas em parar de beber o chopp e a cerveja que faz questão de ser atrevida em seu estilo. “A Devassa tem apelo para diversos públicos, o que ficou bem claro com a incursão por São Paulo e pela expansão no Rio”, comenta ao site Cello Macedo.
Eles se perguntam até de onde vêem tanta gente que pode entrar num Devassa com sunga de praia ou de terno e gravata. “O bar explora os sentidos, o lado sensorial das pessoas”, explica Marcelo do Rio. “A nossa intenção é trazer um pouco da fábrica para os bares, que ao mesmo tempo tem balcão e um ambiente agradável e democrático”, completa Macedo que já foi garçom em Londres. Por aqui, eles fazem parte dos precursores dos chamados pé-limpo, os botequins que profissionalizam a gestão dos bares e deram um bom banho de loja nos botecos que tinham até cachorro no balcão.
Os dois empreendedores emprestam seu lado artístico à marca. Enquanto Cello faz seus solos na guitarra, Marcelo segura a banda no baixo. “Imaginamos um monte de coisas e tentamos transportar para a marca”, conta Marcelo. “Desenvolvemos muita coisa a partir da nossa prática e vivência de experimentar de tudo, mas trouxemos pessoas do business para fazer as nossas idéias e experiências virarem negócios rentáveis”, ressalta Macedo.

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