Nestlé recolhe máquinas de café no varejo de São Paulo
Valor Econômico
A Nestlé está revendo a sua política de máquinas de café instaladas em unidades varejistas, como lanchonetes e padarias. O programa já conta com cerca de 4 mil máquinas, mas em muitas delas as vendas deixam a desejar, apesar de os tipos de cafés oferecidos terem caído no gosto de muitos consumidores. Em São Paulo cerca de 900 máquinas poderão ser recolhidas, segundo apurou o Valor.
A Nestlé informou, por meio de nota, que "não há qualquer alteração no modelo de comercialização das máquinas de Nescafé. O que está em andamento é um processo natural e contínuo de rotação destas máquinas, em função do volume de vendas de cada uma e de sua localização." As cerca de 4 mil máquinas estão instaladas em São Paulo (capital, interior e Baixada Santistas), Rio de Janeiro e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
O regime com os varejistas é de comodato e estabelece, em alguns casos, a venda mínima de 35 doses diárias. A Nestlé informou que "continuará a investir neste modelo e em sua ampliação para outras praças".
A Nestlé, segundo fonte ligada à empresa, ainda está estudando se irá mandar outros tipos de máquinas para os pontos que ficarão sem os equipamentos atuais. Uma das hipóteses cogitadas seria levar essas máquinas para outras cidades onde o negócio ainda não foi implantado, como Curitiba.
A Nestlé começou os primeiros testes em 2003 com 300 máquinas. A empresa entrou nesse nicho porque mais de 60% do consumo de café acontece fora de casa. E aproveitou para vender também bebidas cremosas, como capuccino e mokaccino - justamente as bebidas que mais caíram no gosto do consumidor. Cerca de 80% do que é vendido nas máquinas da Nestlé é desse tipo de bebida.
A multinacional escolheu inicialmente, São Paulo e Rio Grande do Sul. As primeiras máquinas começaram a ser instaladas no Rio de Janeiro no final do ano passado. Trata-se, na verdade, de um negócio novo para a Nestlé, que teve que estudar novas rotas e entrar em diferentes pontos-de-venda. Em entrevista ao Valor em novembro do ano passado, Jürg Blaser, diretor da divisão de cafés, bebidas e foodservices, disse que a empresa passou a expandir mais fortemente o negócio a partir de 2005. Disse, ainda, que a Nestlé ainda estava aprendendo o modelo de negócios e onde poderia encaixá-lo. "É uma nova maneira de chegar ao consumidor", disse.
Segundo Blaser, nesse caso, o custo do produto é sensível, pois inclui também a logística da assistência técnica. Nestlé instala as máquinas no ponto-de-venda e acompanha o funcionamento de cada uma delas, em média, duas vezes por mês. A empresa chegou a contratar ex-funcionários da AmBev com experiência em bebidas, para atuar nessa divisão.
O modelo das máquinas de café é adotado pela Nestlé na América Latina e já está mais maduro em países como Chile e México.
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